São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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DIÁRIO DE HAVANA

ILEGAL, MAS TOLERADO
Um negócio em ascensão é gravar novelas brasileiras por satélite e vender (ou alugar) as fitas VHS. As mais procuradas são da novela "O Clone", que ainda não estreou em Cuba, e que podem custar até US$ 2. Internet e TV a cabo são proibidas nos domicílios, com poucas autorizações do governo, mas quem tem bons contatos consegue as duas coisas.

PIRATA, MAS OFICIAL
Apesar do bloqueio americano, os cubanos assistem no cinema a alguns dos maiores sucessos de Hollywood. Em vez de cópias dos filmes, são projetados DVDs piratas nas salas. Filmes americanos de alguns anos atrás, estrelados por Jim Carrey ou Tom Cruise, são novidade. Cinema é programa popular em Havana. Os cinemas são gigantes, os mesmos de antigamente, e o ingresso equivale a US$ 0,10.

TV PIRATA
A televisão estatal cubana também exibe documentários dos canais Discovery Channel e Animal Planet, em cópias pirateadas - o logotipo de ambos os canais é borrado da tela. Por falta de programação própria, reportagens feitas pela Telesur, o canal de Hugo Chávez, dominaram o horário nobre cubano.

ÍCONE GAY
A filha de Raúl Castro, Mariela, tornou-se a maior defensora dos gays na ilha. Sexóloga, ela desenvolve programas de educação sexual e já defendeu travestis da repressão. Até o início dos anos 80, gays eram presos e enviados a campos de trabalho forçado. Não existe bares ou discotecas gay em Havana.

TURISMO ELITISTA
Com a volta da proibição da circulação de dólares no país, todo turista é obrigado a trocar sua moeda pelos pesos conversíveis cubanos. A comissão do governo é de 20%. Cada 100 dólares se transformam em 80 pesos, o que faz a moeda cubana ser quase tão cara quanto o euro. Para quem usa cartão de crédito, há uma taxa de 11% para cada transação.

A VOZ DE FIDEL
Fidel Castro participou na sexta-feira por telefone de uma reunião de governadores de províncias, foi informado dos detalhes do encontro e recebeu aplausos, informou ontem o jornal oficial "Granma".

ÁREAS VIPS
Uma das pragas de qualquer evento no Brasil já contaminou a ilha. No Festival de Cinema de Havana, o show do cantor Carlos Varela, um dos maiores ídolos do país, tinha área VIP com as famosas pulseirinhas fosforescentes. Cortesia dos energéticos Red Bull, que patrocinavam o evento.

RIFA PARA O PARAÍSO
Num dos maiores eventos sociais da semana, centenas de pessoas se amontoavam no sábado retrasado no Hotel Nacional, o mais famoso de Havana. Competiam em uma rifa filantrópica, promovida pelas mulheres de embaixadores. Os principais prêmios eram viagens a Madri, Londres e Paris, "já com visto".


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