São Paulo, segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

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Conservadores ganham "Guerra do Natal", diz comentarista

DO ENVIADO A DES MOINES

A "Guerra do Natal" acabou, e o vencedor são os conservadores. Pelo menos é o que declarou o porta-voz informal do movimento, o comentarista Bill O'Reilly, da emissora Fox News, em seu programa diário. Ele respondia a um anúncio que vem sendo publicado em jornais norte-americanos por uma coalizão católica que o convidava a ampliar a "causa".
A causa: nos últimos anos, O'Reilly vinha acusando redes como a loja de decorações Crate & Barrel e a de eletrônicos Best Buy de proibir seus funcionários de dizer "Feliz Natal" aos clientes. O argumento das empresas, dizia ele, era que muitas pessoas não comemoram o feriado religioso, que é adotado predominantemente por católicos e parte dos protestantes, e poderiam se sentir ofendidos pela frase.
Em vez dela, os funcionários deveriam receber os clientes apenas com "Boas festas" ou "Feliz feriado". Essas e outras empresas negaram que havia uma proibição. Tratava-se de uma recomendação, não uma regra a ser seguida, respondeu a Crate & Barrel. Foi o suficiente para que O'Reilly começasse a campanha, que batizou de "War on Christmas".
Com o barulho, secularistas e associações de direitos civis como a ACLU entraram na briga. As entidades lutam com repartições e órgãos federais contra a exibição nesses locais de símbolos considerados religiosos, como o Papai Noel e a árvore de Natal, o que contrariaria a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que entre outras coisas proíbe a adoção de uma religião oficial e estabelece a separação de fato entre Igreja e Estado no país.
O assunto morreu muito por conta da disposição de O'Reilly de levar a briga adiante sozinho. Até que entrou em cena a Aliança dos Católicos pelo Bem Comum. Nos anúncios, a entidade religiosa pede que a luta seja redirecionada contra o consumismo que envolve o feriado religioso. Foi em discussão recente ao vivo com a diretora da aliança, Alexia Kelley, que O'Reilly declarou a vitória.
"Você não nega que há alguns anos -e nós vencemos essa guerra- havia um movimento muito efetivo em marcha para varrer dos locais públicos qualquer vestígio de Natal", disse ele. "Se não fosse pela campanha, as forças do mal teriam vencido." A frase foi o suficiente para acender a blogosfera.
Um deles, o portal de blogs liberais "Huffington Post", chegou a fazer uma reportagem satírica comparando a "Guerra do Natal" com a Guerra do Iraque. No comando da primeira, está o "Supremo Pai Generalíssimo O'Reilly". (SD)


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