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Evo saúda Obama por vir de "setor humilhado"
DO ENVIADO À
COSTA DO SAUÍPE
O presidente boliviano
Evo Morales fez ontem um
aceno ao futuro governo norte-americano, ao dizer que
"todo o mundo espera que
haja muitas mudanças", a
partir da posse de Barack
Obama, no dia 20 de janeiro.
O aceno se torna mais significativo porque Morales
evocou a origem de Obama,
vindo dos "setores mais discriminados e humilhados"
da sociedade americana, "como os afro-americanos".
O presidente boliviano
também é -e o proclama
sempre- proveniente de setores discriminados, no caso
o indígena. Morales torce,
acima de tudo, para que Obama revogue a recente decisão
de George W. Bush de suspender as importações de
têxteis bolivianos, como represália pelo fato de Morales
ter expulsado da Bolívia os
agentes da DEA (a agência
americana de combate à droga), depois de ter adotado
idêntica atitude em relação
ao embaixador dos EUA.
O Mercosul -do qual a Bolívia é Estado-associado, mas
não membro pleno- decidiu
substituir os Estados Unidos
como destino dos têxteis bolivianos, até o valor de US$
30 milhões, com tarifa zero
de importação.
Ontem, a Unasul avalizou
o relatório sobre o que considerou como "massacre" no
departamento boliviano de
Pando e decidiu enviá-lo à
Comissão Interamericana de
Direitos Humanos.
O presidente festejou a decisão, o que é compreensível:
na prática, o que a Unasul está dizendo é que a violência
política não é praticada apenas pelo governo boliviano,
como acusa sempre a oposição, mas também pelos opositores, que atacaram partidários de Morales e camponeses no departamento na
fronteira do Acre.
(CR)
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