São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Evo saúda Obama por vir de "setor humilhado"

DO ENVIADO À COSTA DO SAUÍPE

O presidente boliviano Evo Morales fez ontem um aceno ao futuro governo norte-americano, ao dizer que "todo o mundo espera que haja muitas mudanças", a partir da posse de Barack Obama, no dia 20 de janeiro.
O aceno se torna mais significativo porque Morales evocou a origem de Obama, vindo dos "setores mais discriminados e humilhados" da sociedade americana, "como os afro-americanos".
O presidente boliviano também é -e o proclama sempre- proveniente de setores discriminados, no caso o indígena. Morales torce, acima de tudo, para que Obama revogue a recente decisão de George W. Bush de suspender as importações de têxteis bolivianos, como represália pelo fato de Morales ter expulsado da Bolívia os agentes da DEA (a agência americana de combate à droga), depois de ter adotado idêntica atitude em relação ao embaixador dos EUA.
O Mercosul -do qual a Bolívia é Estado-associado, mas não membro pleno- decidiu substituir os Estados Unidos como destino dos têxteis bolivianos, até o valor de US$ 30 milhões, com tarifa zero de importação.
Ontem, a Unasul avalizou o relatório sobre o que considerou como "massacre" no departamento boliviano de Pando e decidiu enviá-lo à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
O presidente festejou a decisão, o que é compreensível: na prática, o que a Unasul está dizendo é que a violência política não é praticada apenas pelo governo boliviano, como acusa sempre a oposição, mas também pelos opositores, que atacaram partidários de Morales e camponeses no departamento na fronteira do Acre. (CR)


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