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Gerente de Bush prevê
campanha acirrada
DE WASHINGTON
A atual campanha eleitoral norte-americana será ""dura e difícil"
e uma vitória apertada, com uma
margem de 3 ou 4 pontos percentuais, "no máximo", poderá ser
considerada "uma lavada".
Para Kenneth Mehlman, gerente-chefe da campanha do presidente George W. Bush, o resultado eleitoral de novembro nos
EUA deverá seguir o mesmo padrão da última eleição americana.
"É quase certo que o vencedor
terá menos de 50% dos votos. Por
isso, não temos a falsa opção de
mobilizar apenas nossas bases e
não nos preocuparmos com os
chamados "votos de mudança".
Teremos de fazer as duas coisas",
disse Mehlman à Folha.
Mehlman foi diretor da área política da Casa Branca nos dois primeiros anos e meio de mandato
de Bush, quando deixou o cargo
para começar a preparar a atual
campanha. Na corrida eleitoral de
2000, foi diretor de campo da chapa Bush-Dick Cheney.
O gerente do presidente-candidato afirma que pretende vender
seu ""produto" da maneira mais
"sofisticada" possível.
"Vivemos em um mundo onde
as pessoas têm 170 canais de TV e
publicações das mais específicas
possíveis. Há uma riqueza de informações e uma pobreza enorme de atenções. Nosso objetivo é
vender idéias e um candidato da
mesma maneira sofisticada em
que são vendidos hoje produtos e
serviços", afirma.
"Para fazer isso, teremos o dinheiro que precisarmos", afirma.
Até o início de janeiro, a chapa
Bush-Cheney já contabilizava cerca de US$ 130 milhões arrecadados e esperava chegar a quase US$
200 milhões até a eleição.
Democratas
Mehlman afirma que o Partido
Democrata, de oposição a Bush,
vem ajudando nos seus planos de
reconduzir o atual presidente à
Casa Branca.
"Não conhecemos ainda quem
será o candidato democrata, mas
sabemos que, quem quer que seja,
ele não está adotando um tipo de
campanha que elegeu um presidente nos últimos 40 anos", diz.
Para Mehlman, os candidatos
vitoriosos "sempre terminaram a
eleição onde começaram".
Ele afirma que os dois principais favoritos à candidatura democrata, o médico Howard Dean
e o general reformado Wesley
Clark, estão fazendo o oposto do
que fizeram, por exemplo, Jimmy
Carter e Bill Clinton, os dois últimos presidentes democratas.
"Carter foi eleito com um discurso de centro, quase conservador. Dizia que faria da América
um lugar tão bom quanto o povo
da América. Clinton, por sua vez,
manteve um discurso por melhoria na Previdência, pregou corte
nos juros e nos impostos e defendeu um sistema de defesa forte.
Foi vendido como um novo tipo
de democrata", diz.
"Agora Dean se mostra à esquerda de tudo e Clark se posiciona contra a Guerra do Iraque e a
favor da maconha para fins terapêuticos", diz. "A noção de que se
possa começar uma campanha à
esquerda e depois terminá-la à direita é uma teoria interessante,
mas gostaria de perguntar quem
de fato já conseguiu algo assim."
Mehlman afirma que, ao longo
das últimas eleições presidenciais
e legislativas, "os Estados vermelhos [republicanos] estão cada vez
mais vermelhos, e os azuis [democratas] estão se tornando púrpuras [azuis avermelhados]".
Em novembro, pela primeira
vez em muitos anos, os republicanos elegeram os governadores no
Mississippi e em Kentucky.
"Apesar dos avanços, não podemos relaxar", diz Mehlman
olhando para uma folha com a última pesquisa do Gallup feita entre 40 mil americanos: 49,5% para
os republicanos, contra 49,2% para os democratas.
(FCz)
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