São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2005

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QUEM É

Hersh é astro da reportagem de investigação

DE NOVA YORK

O jornalista Seymour Hersh, 67, firmou-se como um dos principais nomes da imprensa investigativa dos EUA em 1969, quando revelou ao mundo o massacre executado por soldados americanos em My Lai, durante a Guerra do Vietnã.
O massacre ocorrera em março do ano anterior e fora acobertado por autoridades dos EUA. Os soldados chegaram à cidade após receberem a informação de que se tratava de um bastião vietcongue. Sem achar nenhum insurgente e preparados para um grande ataque, acabaram lançando a operação mesmo assim. Cerca de 500 civis foram mortos -sendo a maioria idosos, mulheres e crianças. Muitos foram torturados.
A cobertura lhe rendeu um prêmio Pulitzer. Desde então ele manteve a mira no governo americano e fez de seu nome um dos mais respeitados pelos colegas.
Em abril do ano passado, Hersh voltou a trocar o papel de jornalista pelo de fonte e a aparecer em manchetes quando revelou, simultaneamente com a rede de TV CBS, as torturas cometidas pelas tropas dos EUA contra prisioneiros no Iraque.
Foi seu texto ácido para a revista "The New Yorker" que deu a dimensão dos maus-tratos perpetrados por soldados dos EUA, ilustrados em fotos dos próprios. A reportagem rendeu o livro "Cadeia de Comando".
Durante entrevista à Folha na época do lançamento, o jornalista disse que os últimos quatro anos de sua vida haviam sido dominados pela preocupação com os atos do governo de George W. Bush, e que sua maior motivação para torcer contra a reeleição do presidente era "ter um dia de folga" e "voltar para o mundo real", em que pudesse apenas descansar. (LC)


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