São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

General americano diz que 300 mil militares, entre estrangeiros e iraquianos, trabalharão na eleição do dia 30

Insurgência mata 22 soldados iraquianos

Bill Pugliano/Getty Images/France Presse
Funcionária eleitoral de Dearborn, Michigan, dá explicações em posto de registro eleitoral para iraquianos que residem nos EUA


DA REDAÇÃO

Em meio a um novo recrudescimento dos atentados da insurgência, com a aproximação da eleição do dia 30, ontem foram mortos pelo menos 22 militares e policiais no Iraque, segundo a Associated Press. A France Presse, que também contabiliza terroristas e suicidas, afirma que o número de mortos chegou a 75.
O atentado mais mortífero aconteceu em Buhriz, 55 km ao norte de Bagdá, quando homens armados irromperam em instalações da Guarda Nacional. Oito soldados foram metralhados. Quase ao mesmo tempo um carro-bomba explodiu numa delegacia de polícia de Beiji, 250 km ao norte da capital, matando sete.
Um número desconhecido de marines americanos morreu em Ramadi, a oeste de Bagdá. Os soldados inspecionavam um veículo suspeito quando foram atingidos pela artilharia de insurgentes.
"Tivemos baixas", disse a tenente Lyle Gilbert, sem dar detalhes por questões de sigilo militar.
Em Ramadi foram encontrados seis cadáveres -cinco civis e um soldado- que traziam nas mãos mensagens que os identificavam como xiitas que confessaram colaborar com os ocupantes estrangeiros. Dois foram decapitados.
A comunidade xiita, que representa 60% dos iraquianos e foi alijada de postos importantes durante a ditadura de Saddam Hussein, tem sido especialmente visada por sua disposição de votar.
O comandante americano de maior patente no Iraque, general George Casey, disse ontem que 300 mil soldados estrangeiros e iraquianos participarão no dia 30 do dispositivo de segurança montado para garantir as eleições.
Em Londres, o Ministério da Defesa anunciou que 400 soldados britânicos estavam começando a desembarcar no Iraque para reforçar o mecanismo montado para o dia 30. A Romênia anunciou que estava enviando uma centena de soldados de infantaria.
Distantes geograficamente dos atentados, iraquianos residentes em 14 países começaram ontem a se inscrever para votar. Na Síria, na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos foi pequeno o comparecimento de eleitores.
Pesquisa feita por um instituto iraquiano em Bagdá revela que 67% dos eleitores registrados pretendem votar, apesar do clima de violência em que o país mergulhou. A pesquisa foi encomendada pelo jornal "Al Mada". Num distrito xiita, 71% disseram que votariam. Mas num distrito sunita esse número caiu para 21%.
Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, deu ontem na sede do organismo declarações de estímulo à eleição iraquiana. Disse aprovar a idéia do governo de promover um mutirão para mobilizar a população.

Ruínas de Babilônia
O sítio arqueológico da Babilônia, ao sul de Bagdá, permanecerá fechado, por determinação do Ministério da Cultura, até que especialistas determinem a extensão dos estragos provocados pela presença militar estrangeira
Relatório do Museu Britânico, encomendado pelo governo do Iraque, revelou anteontem que americanos e poloneses haviam danificado tijolos de cerâmica de 2.600 anos e haviam utilizado areia com resíduos arqueológicos para o preenchimento de sacos utilizados em trincheiras.

Com agências internacionais


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