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Abbas manda conter
ataques palestinos
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ordenou ontem que
as forças de segurança palestinas
atuassem para impedir a realização de ataques contra alvos israelenses. Militantes dizem que não
vão interromper os ataques até
que terminem as incursões de Israel em territórios palestinos e
avisam que a decisão pode provocar rachas na segurança.
"Abu Mazen [como Abbas é
chamado pelos palestinos] e sua
equipe deram instruções claras
aos chefes da segurança para prevenir todo tipo de violência, incluindo os ataques contra Israel",
disse o ministro palestino Qadoura Fares, acrescentando que todos
os que violarem a medida serão
punidos, mesmo que os alvos sejam militares.
Abbas ordenou que o grupo
Brigada dos Mártires de Al Aqsa
integre a segurança. As Brigadas,
que já realizaram centenas de ataques contra alvos israelenses, são
ligadas ao Fatah. A decisão faria
parte de uma estratégia para colocar os grupos armados sob poder
da ANP.
Abbas também exigiu uma investigação sobre o atentado que
deixou seis judeus mortos na semana passada. Depois do ataque,
Israel suspendeu relações com o
novo governo da ANP, esmorecendo a onda de otimismo. O premiê Ariel Sharon afirma que o fim
dos ataques é condição básica para a retomada das negociações e
acusa as forças de segurança de
permitir, e até colaborar, com terroristas. Israel recebeu a medida
com cautela dizendo que "é um
pequeno passo na direção certa".
Abbas insiste em que pretende
usar a persuasão, e não a força,
para conter os grupos terroristas.
Autoridades palestinas não informaram como os atentados devem
ser prevenidos. Muitos membros
são ligados a militantes, vistos como heróis por parte dos palestinos. "Isso não vai resolver o problema [com Israel], mas pode
causar uma crise entre os palestinos", disse o ex-líder do Jihad Islâmico Nafez Azzam.
Abbas deve ir hoje a Gaza -um
dia antes do previsto- para negociar com os grupos Hamas e Jihad Islâmico. A tarefa será difícil,
pois ambos condicionam o fim
dos atentados ao fim das operações militares israelenses.
A Liga Árabe disse ontem que
Israel boicota o presidente. "Toda
a conversa sobre Iasser Arafat [líder dos palestinos morto em novembro] não ser um parceiro para a paz agora é repetida, apenas
trocando um nome palestino por
outro", disse o porta-voz da Liga
Árabe, Hossam Zaki.
Com agências internacionais
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