São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÃO

Atitude é rara no país islâmico

Reformistas atacam o líder supremo do Irã

DA REDAÇÃO

Mais de cem deputados reformistas iranianos acusaram o líder supremo do país, o aiatolá conservador Ali Khamenei, de tratar com desprezo a democracia e os direitos básicos das pessoas.
Os deputados, incluindo Mohammad Reza Khatami -irmão do presidente Mohammad Khatami-, enviaram uma carta a Khamenei, na qual criticam seu apoio ao veto à candidatura de cerca de 2.500 reformistas a uma cadeira no Parlamento. A eleição legislativa ocorrerá na sexta-feira.
Os pedidos de candidatura dos liberais foram vetados pelo Conselho de Guardiães, órgão que zela pelo respeito da Constituição no Irã. Os 12 membros do conselho (clérigos e juristas) foram apontados por Khamenei.
Críticas públicas ao líder supremo são muito raras, já que ele é visto por seus simpatizantes como alguém que não comete erros e só deve dar explicações a Deus.
A carta, que foi enviada a Khamenei anteontem, não deverá ser publicada na imprensa iraniana.
"A revolução popular [1979] trouxe liberdade e independência ao país em nome do islã, mas o sr. lidera hoje um sistema no qual liberdades legítimas e os direitos do povo estão sendo espezinhados em nome do islã", diz o texto.

Nobel da Paz
A campanha pelo boicote à eleição de sexta-feira ganhou o apoio de Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2003. Ontem ela disse que não vai votar.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Democratas
Próximo Texto: Iraque ocupado: ONU promete parecer sobre eleição até sexta
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.