FRANK BRUNI
DO "THE NEW YORK TIMES", EM ATENAS

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu aos líderes da União Européia reunidos em Atenas ontem que cheguem a uma posição comum para a reconstrução do Iraque, dizendo que precisam deixar para trás as discussões sobre a legitimidade e necessidade da guerra liderada pelos EUA.
Os líderes europeus emitiram um comunicado conjunto pedindo um "papel central" para a ONU no futuro do Iraque. É uma postura que pode colocá-los em rota de choque com os EUA.
Mas o comunicado foi curto, indefinido e deixou muito por resolver, assinalando que a tarefa de lançar pontes sobre desentendimentos internacionais está longe de concluído. Além disso, vinculou as preocupações com o Iraque ao desejo por uma resolução do conflito israelo-palestino, pedindo a implementação do chamado "mapa do caminho'" para a criação de um Estado palestino.
Em seu discurso, diante dos líderes dos 15 atuais membros da UE e dos dez países que assinaram tratados de ingresso anteontem, Annan exortou-os a lançar uma ponte sobre o cisma criado pela guerra. "É crucial que fechemos essa divisão agora mesmo", disse. "O mundo não pode dar-se ao luxo de um período prolongado de recriminações."
Annan disse que o Conselho de Segurança teria que autorizar qualquer papel para a ONU no Iraque que fosse além do fornecimento de ajuda emergencial. Embora os EUA tenham pedido a Annan que envie um representante especial da ONU para participar da formação do novo governo no Iraque, ele se negou a fazê-lo sem o aval do CS.


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