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EUA endossam plano de paz da Liga Árabe
Enviado de Obama ao Oriente Médio afirma que Estado palestino soberano é um objetivo americano, alfinetando governo de Israel
Pressão da Casa Branca esbarra no racha entre Fatah e Hamas e na oposição de Netanyahu à solução de dois Estados, acordada em Oslo
DA REDAÇÃO
A criação de um Estado palestino soberano é um objetivo
nacional dos EUA, afirmou ontem o enviado especial do país
para o Oriente Médio, George
Mitchell, após encontro com o
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em Ramallah.
"Os EUA estão comprometidos com a criação de um Estado
palestino soberano e independente, onde as aspirações do
povo palestino de controlar seu
próprio destino se tornem
reais. Queremos que a Iniciativa Árabe de Paz seja parte deste
esforço", disse Mitchell, em
aparente recado aos aliados israelenses.
A iniciativa de paz, surgida na
Cúpula Árabe de 2002, tem endosso das 22 nações da Liga
Árabe. O plano oferece a Israel
paz definitiva com todos os países do grupo, em troca da retirada dos territórios ocupados
em 1967 e da criação de um Estado palestino, com capital em
Jerusalém Oriental.
Governos anteriores israelenses admitiam a desocupação
parcial dos territórios e a criação de um Estado palestino,
sem capital em Jerusalém. O
premiê Binyamin Netanyahu
rechaça, no entanto, a ideia de
um Estado palestino, norte das
negociações desde os Acordos
de Oslo (1993).
A Casa Branca pressiona pela
retomada das negociações de
paz, mas esbarra na resistência
do novo governo israelense, liderado pelo direitista Netanyahu, e no racha palestino. O governo do Fatah, único reconhecido internacionalmente, só
administra a Cisjordânia. A faixa de Gaza é controlada pelo
grupo radical Hamas, que venceu o pleito legislativo de 2006
e expulsou o Fatah em 2007.
A popularidade do Hamas,
que não reconhece Israel e prega sua destruição, cresceu após
a ofensiva à faixa de Gaza, que
deixou mais de 1.400 palestinos
e 13 israelenses mortos. Dois
dirigentes do Hamas fizeram
seus primeiros discursos públicos desde a invasão de Gaza, em
janeiro, desafiando a liderança
do presidente Abbas.
"Jamais reconheceremos o
inimigo", disse o linha-dura
Mahmoud al Zahar, cofundador do grupo, em sermão em
uma mesquita, transmitido pela rádio do Hamas.
Mais moderado, o ex-premiê
Ismail Haniyeh, que lidera o
governo do Hamas em Gaza,
discursou em outra mesquita,
enfatizando a força da "enraizada resistência palestina".
Simpático à criação de um Estado palestino, ele havia acenado aos EUA em entrevista, dizendo-se "esperançoso" de que
o governo Obama reveja a política para o Oriente Médio.
Violência
Três palestinos foram mortos ontem, em um dia tenso na
Cisjordânia. É o maior saldo
diário de mortos de 2009 na região administrada pelo Fatah.
Um homem foi morto por colonos judeus após entrar em
um assentamento. Um adolescente, que segundo relatos carregava um coquetel molotov,
morreu baleado por um soldado. Outro palestino, Basem
Ibrahim, 30, morreu atingido
por um disparo israelense em
Bilin, palco de protesto contra
o muro que Israel está construindo na Cisjordânia.
Com agências internacionais
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