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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Reunião entre premiês ocorre em meio a ataques que deixaram ao menos dois israelenses e um palestino mortos

Violência ofusca cúpula Sharon-Mazen

DA REDAÇÃO

Os premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen, se reuniram ontem à noite durante três horas para discutir um novo plano de paz para a região patrocinado pelos EUA. O encontro, a primeira cúpula israelo-palestina desde o início da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000, foi ofuscado pela violência.
Em dois ataques separados na Cisjordânia, um homem-bomba palestino matou um homem israelense e sua mulher, grávida, e um atirador invadiu uma colônia judaica, ferindo um morador com gravidade. Em Gaza, um militante palestino de 20 anos foi morto por soldados de Israel.
Sharon e Mazen acordaram se encontrar novamente em breve, numa data ainda não definida, após o retorno do premiê israelense dos EUA. Ele se encontra na terça-feira com o presidente George W. Bush para discutir o plano de paz, chamado de "mapa do caminho", que prevê o estabelecimento de um Estado palestino até 2005.
Segundo membros do governo palestino, Mazen pediu, durante o encontro, que Israel aceite o plano integralmente antes que suas medidas recíprocas comecem a ser implementadas.
Ambos os lados manifestam reservas em relação ao plano, principalmente em relação a quem terá de dar os primeiros passos para a sua implementação.
Israel acusa os palestinos de promoverem o terrorismo, e os palestinos pedem a retirada israelense dos territórios ocupados da Cisjordânia e da faixa de Gaza como condição para o diálogo.
Sharon deve levar a Bush mais de uma dezena de objeções ao plano, que pede o congelamento das construções de colônias judaicas nos territórios ocupados e a retirada militar das cidades palestinas, num primeiro estágio.
A reunião de ontem ocorreu após a aprovação de Abu Mazen como premiê, no mês passado, por pressão de Israel e dos EUA, que pretendiam, com isso, isolar o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, a quem acusam de fomentar a violência e a onda de ataques suicidas em território israelense. Arafat, confinado por Israel há mais de um ano na sede da ANP, em Ramallah, nega as acusações.
Num sinal das divisões dentro da ANP, o principal negociador palestino, Saeb Erekat, aliado de Arafat, pediu demissão anteontem, após ser deixado de fora da delegação que foi ao encontro de ontem. A renúncia de Erekat foi aceita ontem por Mazen.


Com agências internacionais


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