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EUA dizem ter sido alvo de sarin
DA REDAÇÃO
Os EUA disseram ontem que
uma bomba com gás sarin explodiu sábado perto de um comboio
militar em Bagdá. O secretário da
Defesa americano, Donald Rumsfeld, afirmou, no entanto, que ainda são precisos mais testes para
confirmar a informação.
"Precisamos ter cuidado. Não
podemos dizer algo que seja impreciso", disse Rumsfeld. A existência de armas de destruição de
massa proibidas foi uma das justificativas para a invasão do Iraque.
Mesmo com a possibilidade do
uso de sarin, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou anteontem que a CIA (o serviço secreto do país) estava errada
em suas avaliações sobre a existência de laboratórios móveis para a produção de armas biológicas. "Ficou evidente que as fontes
estavam erradas e imprecisas e,
em alguns casos, eram deliberadamente enganadoras. Lamento e
estou desapontado por isso."
O general Mark Kimmitt, vice-chefe das operações americanas
no Iraque, disse não acreditar que
os insurgentes iraquianos que
montaram a bomba ao lado de
uma estrada de Bagdá sabiam que
se tratava de uma arma química.
Segundo militares americanos,
houve apenas uma pequena dispersão do agente químico. Dois
especialistas em explosivos receberam tratamento para exposição
superficial ao gás. As substâncias
químicas estavam acondicionadas em uma granada de artilharia
de 155 mm.
David Kay, o ex-chefe da equipe
americana de busca de armamentos no Iraque, e o sueco Hans Blix,
ex-inspetor de armas da ONU, relativizaram a importância do incidente. Blix disse que provavelmente a granada faz parte da produção feita pelo regime de Saddam Hussein durante os anos 80.
Saddam afirma ter destruído seu
arsenal de armas químicas e biológicas no meio da década passada. "Pode haver sobras do passado, isso é uma coisa muito diferente de ter estoques", disse Blix.
Desenvolvido pelos alemães antes da Segunda Guerra, o sarin é
cerca de 500 vezes mais mortal
que o cianeto. Menos de um miligrama pode matar uma pessoa.
Em 1995, o sarin foi usado no ataque da seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) no metrô
de Tóquio que matou 12 pessoas.
O Pentágono informou que os
EUA vão transferir para o Iraque,
nos próximos meses, 3.600 soldados que estão atualmente servindo na Coréia do Sul. O contingente ficará durante pelo menos um
ano no Oriente Médio.
Os americanos anunciaram que
mataram 51 insurgentes -seguidores do clérigo xiita radical
Moqtada al Sadr em sua maior
parte. Dois soldados dos EUA
morreram em combates na Província de Anbar. Ainda ontem, foram libertados dois engenheiros
russos que haviam sido seqüestrados em Bagdá há uma semana.
Com agências internacionais
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