São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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Chanceleres da União Européia criticam tortura de iraquianos

DA REDAÇÃO
DE WASHINGTON

Os chanceleres dos países da União Européia (UE) condenaram ontem os maus-tratos contra prisioneiros iraquianos, dizendo que as violações contrariam a lei internacional. Eles também deploraram o assassinato do presidente do Conselho de Governo Iraquiano, Izzedin Salim, e exigiram a libertação imediata de todos os reféns no Iraque.
Sete reservistas da Polícia Militar americana foram indiciados depois da divulgação de fotos mostrando militares ao lado de detidos em diversas situações humilhantes, na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá.
"O conselho condenou todos os casos de abuso e degradação, contrários à lei internacional", diz a nota do bloco de 25 países.
Eles também elogiaram "o comprometimento dos governos no sentido de trazer à Justiça qualquer indivíduo responsável por atos envolvendo o abuso de detidos iraquianos".
O chanceler britânico, Jack Straw, classificou os abusos de "ultrajantes". O Reino Unido é o principal aliado americano na Guerra do Iraque.
Sob forte constrangimento pelos casos de tortura de prisioneiros no Iraque, os EUA divulgaram ontem com 12 dias de atraso seu relatório anual de atividades para promoção de direitos humanos e democracia no mundo.
O trabalho destaca uma série de atividades para promover iniciativas pró-direitos humanos em vários países, inclusive no Iraque. Mas, como não tem como objetivo abordar os EUA, não menciona os casos de tortura promovidos pelos norte-americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Parte do relatório de 270 páginas e de suas conclusões foi feita ao mesmo tempo em que os casos de tortura ocorriam.
Ontem, os EUA reconheceram oficialmente que a divulgação do trabalho foi adiada "devido ao ambiente negativo" gerado após o conhecimento das torturas.
Já a CIA (inteligência americana) negou a afirmação feita pela revista "New Yorker" de que o Departamento da Defesa tinha um programa para humilhar presos iraquianos para obter mais informações em interrogatórios.
Sobre o Brasil, o relatório destaca que o respeito aos direitos humanos "continua pobre" em nível estadual e afirma que a polícia "geralmente comete uma série de abusos, como assassinatos, torturas e uso extremo da força". (FERNANDO CANZIAN)


Com agências internacionais


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