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Chanceleres da União Européia
criticam tortura de iraquianos
DA REDAÇÃO
DE WASHINGTON
Os chanceleres dos países da
União Européia (UE) condenaram ontem os maus-tratos contra
prisioneiros iraquianos, dizendo
que as violações contrariam a lei
internacional. Eles também deploraram o assassinato do presidente do Conselho de Governo
Iraquiano, Izzedin Salim, e exigiram a libertação imediata de todos os reféns no Iraque.
Sete reservistas da Polícia Militar americana foram indiciados
depois da divulgação de fotos
mostrando militares ao lado de
detidos em diversas situações humilhantes, na prisão de Abu
Ghraib, em Bagdá.
"O conselho condenou todos os
casos de abuso e degradação, contrários à lei internacional", diz a
nota do bloco de 25 países.
Eles também elogiaram "o comprometimento dos governos no
sentido de trazer à Justiça qualquer indivíduo responsável por
atos envolvendo o abuso de detidos iraquianos".
O chanceler britânico, Jack
Straw, classificou os abusos de
"ultrajantes". O Reino Unido é o
principal aliado americano na
Guerra do Iraque.
Sob forte constrangimento pelos casos de tortura de prisioneiros no Iraque, os EUA divulgaram
ontem com 12 dias de atraso seu
relatório anual de atividades para
promoção de direitos humanos e
democracia no mundo.
O trabalho destaca uma série de
atividades para promover iniciativas pró-direitos humanos em
vários países, inclusive no Iraque.
Mas, como não tem como objetivo abordar os EUA, não menciona os casos de tortura promovidos pelos norte-americanos na
prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Parte do relatório de 270 páginas e de suas conclusões foi feita
ao mesmo tempo em que os casos
de tortura ocorriam.
Ontem, os EUA reconheceram
oficialmente que a divulgação do
trabalho foi adiada "devido ao
ambiente negativo" gerado após o
conhecimento das torturas.
Já a CIA (inteligência americana) negou a afirmação feita pela
revista "New Yorker" de que o
Departamento da Defesa tinha
um programa para humilhar presos iraquianos para obter mais informações em interrogatórios.
Sobre o Brasil, o relatório destaca que o respeito aos direitos humanos "continua pobre" em nível
estadual e afirma que a polícia
"geralmente comete uma série de
abusos, como assassinatos, torturas e uso extremo da força".
(FERNANDO CANZIAN)
Com agências internacionais
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