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Soldado diz que fotografar abuso em Abu Ghraib era "engraçado"
DO "NEW YORK TIMES"
Em depoimento sob juramento
a investigadores, a soldado
Lynndie England explicou assim
por que militares do presídio de
Abu Ghraib tiraram fotos de detidos encapuzados se masturbando
e formando pilhas de corpos nus:
"Pensávamos que parecia engraçado e, portanto, as fotos foram tiradas".
O depoimento de England, feito
no último dia 5, descreve em detalhes e num tom impessoal as fotografias agora no centro do escândalo sobre abusos na prisão, relatando os maus-tratos como rotineiros e algumas vezes divertido,
mas quase nunca, segundo ela,
sem permissão.
Ela explica como amarrou uma
corda em volta do pescoço do detido e o forçou, junto com outros
presos, a correr e a se arrastar pelo
corredor por "cerca de quatro a
seis horas"; como um soldado regularmente jogava uma bola em
prisioneiros encapuzados "para
assustá-los"; "como outro soldado chutava detidos até causar feridas abertas para então "pessoalmente costurar os pontos dos detidos se a ferida não estivesse tão
ruim", segundo cópia do depoimento obtido pelo "New York Times".
Questionada se havia maltratado detidos, ela disse: "Sim, eu pisei em alguns deles, os empurrei
ou puxei, mas nada extremo".
"A foto 15 é basicamente nós
nos divertindo", disse, sobre uma
imagem com vários detidos nus
em diferentes posições. "Ela queria uma foto porque havia escrito
"sou um estuprador" em um dos
detidos", disse England, apontando para duas fotos que, segundo
ela, foram tiradas pela soldado Sabrina Harman.
Durante o depoimento, no entanto, England repete que ela e
outros soldados eram ordenados
a fazer essas coisas, argumento
que tem sido apresentado pelos
advogados de defesa e por outros
soldados envolvidos.
Grávida e lotada no Fort Bragg
(Carolina do Norte), ela havia se
recusado a ser interrogada sem
um advogado em 30 de abril, mas
concordou em falar em 5 de maio.
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