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governistas
"Produtores e mídia temem perder lucros"
DE BUENOS AIRES
Pablo Lombardi, 27, um
dos líderes do movimento
Juventude Peronista Evita recebe a reportagem na
Secretaria da Cultura, onde trabalha. É ao mesmo
tempo militante e parte do
governo. É parte também
do grupo de jovens que cola cartazes contra o "Clarín" e que fez uma manifestação contra o grupo na
Feira do Livro, na semana
passada.
Lombardi, assim como
os cartazes, diz que o "Clarín mente" porque não está preocupado com questões centrais para o governo, como a redistribuição
de renda. "Falam da insegurança, do autoritarismo
do governo e se [Néstor]
Kirchner usava ou não
gravata. Para nós, isso é secundário", diz o militante
barbudo, conhecido como
"El Mono" ("o macaco").
Os protestos, para ele,
são uma "contramensagem", uma forma de "denúncia e de respaldo ao governo". Lombardi relaciona a imprensa com a ditadura, uma das piores ofensas na Argentina, e com o
setor agropecuário.
Ambos setores, diz ele,
têm "terror" de perder
seus lucros com os planos
redistributivos. "O "Clarín"
mente quando diz que o
campo está mobilizado,
quando são só alguns grupos organizados. O campo
ganha dinheiro com trabalhadores explorados, e isso
o jornal não diz."
Os ataques são dirigidos
ao grupo de mídia porque
é um monopólio "absurdo", afirma. A única forma
de resolvê-lo seria a nova
lei de radiodifusão, que está em pauta na Câmara de
Deputados. Até lá, avisa,
cartazes e protestos são a
única forma de combate.
O grupo de Lombardi
responde a Emilio Persico,
líder do Movimento Evita
(a versão "adulta" da JP
Evita) e um dos principais
"piqueteiros K", da base de
militantes do governo.
Mas ele diz que as ações do
último mês foram espontâneas, sem influência da
Casa Rosada.
Quando indagado sobre
a presença de Máximo
Kirchner, filho de Cristina
e Néstor que seria o líder
de um dos movimentos de
jovens peronistas, no comando dos atos, "El Mono" desconversa. "Isso é
uma estratégia da imprensa. Você já viu Máximo em
alguma das ações?"
(AK)
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