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Gravações mostram confusão de controladores aéreos e militares
DA ASSOCIATED PRESS
Algumas transmissões de rádio
feitas pelos seqüestradores do 11
de Setembro a bordo dos aviões
foram ouvidas em público pela
primeira vez ontem, formando
um quadro vívido e chocante do
desenrolar dos fatos naquele dia
fatídico, conforme percebidos
por confusas autoridades militares e de controle do tráfego aéreo.
"Estamos com alguns aviões. Fiquem quietos e vocês ficarão bem.
Estamos retornando ao aeroporto", disse um homem que se acredita ter sido Mohammed Atta, o
suposto líder dos 19 seqüestradores, aos passageiros do vôo 11 da
American Airlines. A fita foi tocada para a platéia presente à audiência da comissão independente que investiga os ataques de 11
de setembro de 2001.
A transmissão em questão foi o
primeiro indício recebido pelos
controladores de tráfego aéreo federal sobre o seqüestro do vôo 11
da American Airlines, pouco depois da decolagem do aeroporto
Logan, em Boston, às 8h.
Os controladores procuraram
contatar as Forças Armadas, chegando ao ponto de tentar falar
com um centro de alerta militar
em Atlantic City, sem saber que a
unidade tinha sido fechada. Finalmente, às 8h37, a Administração
Federal de Aviação (FAA) conseguiu contatar o departamento militar apropriado. "Temos um problema aqui", disse o centro da
FAA em Boston.
No caso do vôo 175 da United
Airlines, o segundo avião seqüestrado depois de decolar do aeroporto Logan, a situação foi igualmente confusa.
Às 9h01, um diretor do centro
da FAA em Nova York diz ao comando da agência, na Virgínia:
"A coisa está crescendo muito,
muito mesmo. Precisamos envolver os militares". O vôo 175 atingiu a torre sul do World Trade
Center às 9h03.
Os militares não sabiam da busca pelo terceiro avião seqüestrado, o vôo 77 da American Airlines. Em lugar disso, foram informados pela FAA, por engano, que
o vôo 11 continuava no ar e se dirigia a Washington. Às 9h23, caças
partiram da base de Langley. Em
lugar de dirigir-se para o norte,
rumo a Washington, os caças
voaram em sentido leste, passando sobre o oceano, porque a ordem inicial de decolagem não incluíra a localização ou a distância
do alvo. Um plano de vôo "genérico" levou os pilotos dos aviões,
incorretamente, a acreditarem
que deveriam voar cem quilômetros para o leste", disse o relatório.
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