São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Manifestantes libertam 60 policiais detidos no Peru

Movimento pede participação em lucro de mineradora

DA REDAÇÃO

Moradores da região mineradora de Moquegua, no sul do Peru, libertaram ontem os 60 policiais que mantinham detidos desde a véspera. Doze policiais feridos foram os primeiros a ser soltos, ao meio-dia. Depois, saíram os outros.
Os policiais ficaram mais de 24h detidos por milhares de manifestantes que há uma semana bloqueiam rodovias da região, incluindo a Panamericana -principal rota entre Peru e Chile. Os manifestantes exigem maior participação nos lucros da Southern Peru Copper Corporation, de capital majoritariamente mexicano, que explora cobre na área.
Os policiais feridos foram retirados da igreja de Santo Domingo, em Moquegua, e transportados em ambulâncias até um hospital próximo. Enviados pelo governo para desbloquear a Panamericana, na véspera eles haviam lançado gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que revidaram com paus e pedras e acabaram os tomando como reféns.
A Igreja Católica e a Defensoria Pública intervieram para a libertação dos feridos. "Conseguimos que fossem retirados primeiro 12 policiais, que apresentavam muitos ferimentos", afirmou o representante da Defensoria, Hernán Cuba. A Defensoria informara anteontem que os cativos somavam 65, mas nova contagem oficial mostrou que o total era de 60.
O governador de Moquegua, Jaime Rodríguez, disse que a situação é crítica. "As coisas fugiram das mãos dos dirigentes."
A paralisação da Panamericana já gera desabastecimento de alimentos e combustíveis na região e no vizinho departamento (Estado) de Tacna. Em Moquegua, todo o comércio está de portas fechadas e os colégios suspenderam as aulas, sem previsão de retorno.
Em Lima, o primeiro-ministro Jorge del Castillo havia exigido a libertação dos policiais para iniciar o diálogo com os manifestantes: "Não podemos negociar com uma arma na cabeça". A mineração é a principal fonte legal de divisas do Peru.


Com agências internacionais.


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