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Juízes desistem
de interrogar
Jacques Chirac
DA REUTERS
Os juízes franceses responsáveis pelo processo que investiga a utilização de fundos públicos para pagar viagens particulares do presidente Jacques
Chirac, de seus familiares e de
outras pessoas próximas a ele
curvaram-se ontem ao poder
do presidente e reconheceram
que não têm autoridade para
interrogá-lo, segundo funcionários do Judiciário.
Chirac, 68, já havia dito que
não iria depor no caso, argumentando ter imunidade presidencial, e a decisão dos três
juízes que cuidam do caso representa uma clara vitória legal
para o chefe de Estado.
O caso diz respeito a pagamentos em espécie (cerca de
US$ 300 mil) feitos por Chirac
para cobrir os custos de viagens
ao exterior realizadas entre
1992 e 1995, quando ele ainda
era prefeito da capital, Paris
(1977-1995).
O presidente disse, no último
final de semana, que a soma
verdadeira paga pelas viagens é
muito inferior à que vem sendo
divulgada e que o dinheiro veio
de fundos secretos, mas legais,
do governo.
Na semana passada, os juízes
interrogaram a filha de Chirac,
Claude, acerca das viagens, colocando o presidente diante da
pior crise desde que assumiu
seu posto, há seis anos. Eles
também queriam interrogar a
mulher de Chirac, Bernadette.
Há duas semanas, o procurador de Paris, Jean-Pierre Dintilhac, anunciou que pretendia
interrogar o presidente como
testemunha. De acordo com os
funcionários do Judiciário, ele
deve recorrer da decisão de ontem, mas tem poucas chances
de ter sucesso em sua ação, já
que o procurador-geral da República já disse que não concorda com a medida.
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