São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2001

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Juízes desistem de interrogar Jacques Chirac

DA REUTERS

Os juízes franceses responsáveis pelo processo que investiga a utilização de fundos públicos para pagar viagens particulares do presidente Jacques Chirac, de seus familiares e de outras pessoas próximas a ele curvaram-se ontem ao poder do presidente e reconheceram que não têm autoridade para interrogá-lo, segundo funcionários do Judiciário.
Chirac, 68, já havia dito que não iria depor no caso, argumentando ter imunidade presidencial, e a decisão dos três juízes que cuidam do caso representa uma clara vitória legal para o chefe de Estado.
O caso diz respeito a pagamentos em espécie (cerca de US$ 300 mil) feitos por Chirac para cobrir os custos de viagens ao exterior realizadas entre 1992 e 1995, quando ele ainda era prefeito da capital, Paris (1977-1995).
O presidente disse, no último final de semana, que a soma verdadeira paga pelas viagens é muito inferior à que vem sendo divulgada e que o dinheiro veio de fundos secretos, mas legais, do governo.
Na semana passada, os juízes interrogaram a filha de Chirac, Claude, acerca das viagens, colocando o presidente diante da pior crise desde que assumiu seu posto, há seis anos. Eles também queriam interrogar a mulher de Chirac, Bernadette.
Há duas semanas, o procurador de Paris, Jean-Pierre Dintilhac, anunciou que pretendia interrogar o presidente como testemunha. De acordo com os funcionários do Judiciário, ele deve recorrer da decisão de ontem, mas tem poucas chances de ter sucesso em sua ação, já que o procurador-geral da República já disse que não concorda com a medida.


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