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IRAQUE OCUPADO
Objetivo seria levar em conta reservas da França e da Rússia, que têm poder de veto, para obter adoção do texto
EUA devem mudar resolução sobre Iraque
DA REDAÇÃO
Nos próximos dias, os EUA deverão apresentar um novo projeto
de resolução sobre o Iraque aos
outros 14 membros do Conselho
de Segurança da ONU, segundo o
diário espanhol "El País". O novo
projeto levaria em conta reservas,
expressas por vários membros do
CS (principalmente pela França,
pela Rússia e pela Síria), relacionadas à criação de uma força internacional e à entrega do poder
político aos iraquianos.
De acordo com relatos da mídia
internacional, funcionários graduados da administração americana já admitiram essa possibilidade. Como Washington deverá
apresentar seu novo texto antes
do encontro de sábado, em Berlim, que reunirá os líderes políticos da Alemanha, da França e do
Reino Unido, o projeto estará no
centro das discussões.
Abrindo caminho para que a
ONU tenha um papel mais importante na reconstrução do Iraque, a intenção do governo dos
EUA é obter a aprovação de um
texto que motive outros países a
enviar soldados ao Iraque ou a
ajudar a financiar sua reconstrução. Esta vem se revelando mais
custosa que era previsto.
O presidente George W. Bush
encontrou-se com o secretário de
Estado, Colin Powell, com o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e com seus assessores que lidam com temas relacionados à
segurança. Bush faz discurso na
Assembléia Geral da ONU na próxima semana e espera que o novo
texto seja adotado antes disso.
Scott McClellan, porta-voz da
Casa Branca, também deu a entender que deverão ser feitas alterações no projeto de resolução
americano. Elas seriam feitas para
pôr fim à forte oposição de alguns
membros do CS ao texto atual.
"Ouvimos as preocupações de
outras nações. Vamos levá-las em
consideração e levaremos nossa
posição às nações que tinham
problemas com o texto original",
disse McClellan.
A França e a Alemanha exigem
que a transferência de poder aos
iraquianos ocorra rapidamente,
já que pensam que o Iraque só terá alguma estabilidade quando
for governado por seus próprios
políticos, não pela coalizão anglo-americana. O Conselho de Governo Iraquiano, que já existe, é subordinado à Autoridade Provisória da Coalizão, cujo chefe é o diplomata americano Paul Bremer.
Paris também exige sejam realizadas eleições gerais no Iraque em
cerca de seis meses. Os EUA acreditam que uma rápida entrega do
poder aos iraquianos venha a provocar uma situação caótica.
Segundo o jornal "El País", o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que intensificou seus esforços de mediação nos últimos dias,
propôs a criação de um governo
de transição iraquiano soberano.
Isso permitiria mudar a lógica da
ocupação e passar gradualmente
uma série de tarefas à ONU. Esta
auxiliaria as autoridades iraquianas em suas ações.
Já a Rússia e a China -que, como os EUA, a França e o Reino
Unido, têm poder de veto no
CS- gostariam de ver ampliada a
autoridade da ONU no Iraque.
No texto original do projeto de resolução americano, Washington
concordava em dar um papel
mais importante à ONU, no entanto exigia que o comando das
operações continuasse a cargo
dos americanos.
Mesmo com as concessões que
os americanos se dizem prontos a
fazer, Washington se prepara para participar de "duras" negociações. "O debate será complicado,
pois há muitas diferenças a serem
resolvidas", afirmou um diplomata ocidental.
Com agências internacionais e o "El País"
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