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NOVA YORK
Réu que inventou filho morto no WTC é condenado
SUSAN SAULNY
DO "NEW YORK TIMES"
Um morador do Queens, em
Nova York, foi condenado ontem
a uma pena de até 33 anos de prisão por ter criado um "filho inexistente" para ganhar dinheiro,
afirmando que esse filho morreu
no 11 de Setembro.
O juiz Ronald Zweibel, da Suprema Corte estadual em Manhattan, disse que o réu Cyril
Kendall, 54, não pode ser reabilitado porque "é destituído de valores morais". Ele afirmou ter dado
a sentença máxima a Kendall para
impedir que ele e outros criem
fraudes semelhantes. Por meio de
seu advogado, Kendall insistiu
que seu filho realmente existiu e
que ainda sente a dor da perda.
Kendall recebeu US$ 160 mil de
diversas ONGs, após o 11 de Setembro, para cobrir custos com o
enterro e assistência psicológica.
As evidências mostram que ele
usou o dinheiro para comprar um
carro e pagar o cartão de crédito.
O juiz Zweibel aconselhou a
Promotoria de Manhattan a processar por falso testemunho quatro filhos de Kendall que depuseram no julgamento, falando sobre
seu relacionamento com Wilfred
Kendall, o jovem cuja existência
foi posta em dúvida. Eles disseram que Wilfred tinha 1,75 m de
altura e pele morena escura e que
ganhava a vida como taxista. Boa
parte da defesa de Cyril Kendall se
baseou nesses depoimentos.
Cyril Kendall afirmou que seu
filho morreu quando fazia uma
entrevista para um emprego na
torre norte do World Trade Center. Ele disse que Wilfred era seu
13º filho e que nasceu na Guiana
há 29 anos. Aos funcionários dos
serviços de assistência e apoio, ele
mostrara uma certidão de nascimento da Guiana. Uma testemunha que trabalha na Embaixada
dos EUA na Guiana disse que não
encontrou esse registro.
"Não foi apresentada qualquer
prova verificável de que Wilfred
Kendall tenha existido", disse a
promotora Diana Florence.
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