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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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NOVA YORK

Réu que inventou filho morto no WTC é condenado

SUSAN SAULNY
DO "NEW YORK TIMES"

Um morador do Queens, em Nova York, foi condenado ontem a uma pena de até 33 anos de prisão por ter criado um "filho inexistente" para ganhar dinheiro, afirmando que esse filho morreu no 11 de Setembro.
O juiz Ronald Zweibel, da Suprema Corte estadual em Manhattan, disse que o réu Cyril Kendall, 54, não pode ser reabilitado porque "é destituído de valores morais". Ele afirmou ter dado a sentença máxima a Kendall para impedir que ele e outros criem fraudes semelhantes. Por meio de seu advogado, Kendall insistiu que seu filho realmente existiu e que ainda sente a dor da perda.
Kendall recebeu US$ 160 mil de diversas ONGs, após o 11 de Setembro, para cobrir custos com o enterro e assistência psicológica. As evidências mostram que ele usou o dinheiro para comprar um carro e pagar o cartão de crédito.
O juiz Zweibel aconselhou a Promotoria de Manhattan a processar por falso testemunho quatro filhos de Kendall que depuseram no julgamento, falando sobre seu relacionamento com Wilfred Kendall, o jovem cuja existência foi posta em dúvida. Eles disseram que Wilfred tinha 1,75 m de altura e pele morena escura e que ganhava a vida como taxista. Boa parte da defesa de Cyril Kendall se baseou nesses depoimentos.
Cyril Kendall afirmou que seu filho morreu quando fazia uma entrevista para um emprego na torre norte do World Trade Center. Ele disse que Wilfred era seu 13º filho e que nasceu na Guiana há 29 anos. Aos funcionários dos serviços de assistência e apoio, ele mostrara uma certidão de nascimento da Guiana. Uma testemunha que trabalha na Embaixada dos EUA na Guiana disse que não encontrou esse registro.
"Não foi apresentada qualquer prova verificável de que Wilfred Kendall tenha existido", disse a promotora Diana Florence.


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