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ARGENTINA
Gastos militares subirão
Kirchner quer nova política de defesa
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O presidente argentino, Néstor
Kirchner, quer "recuperar uma
política de defesa" para o país e,
para tanto, pretende ampliar os
investimentos na área militar. As
declarações foram dadas ontem,
durante um seminário sobre a investigação e a produção para a defesa, organizado pelas Forças Armadas, em Buenos Aires. "Faz
muitos anos que a Argentina deixou de estabelecer com clareza o
que significa ter uma política de
defesa nacional", disse.
A falta de recursos e investimentos tem sido uma queixa
constante das Forças Armadas argentinas. Após a ditadura militar,
que durou entre 1976 e 1983, os
governos civis deixaram em segundo plano os investimentos
militares, temendo novos levantes. O primeiro presidente civil,
Raúl Alfonsín, chegou a enfrentar
alguns levantes militares durante
o seu governo.
Kirchner, desde a sua posse, em
25 de maio, tem afirmado "que as
Forças Armadas devem trabalhar
em função do governo civil", declarações que chegaram a desagradar a alguns setores mais conservadores do país.
Na primeira semana de mandato, Kirchner destituiu todos os comandos do Exército, da Marinha
e da Aeronáutica. Também iniciou uma ofensiva para punir os
ex-militares acusados de violar
direitos humanos durante a ditadura. Os grupos de direitos humanos estimam em 30 mil o número de mortos ou desaparecidos
durante o governo militar.
O presidente, durante o seu discurso, disse ainda que pretende
incentivar a produção nacional
por meio da substituição de importações e que isso também valerá para o setor de tecnologia e
material militar.
A intenção é priorizar pequenas
e médias empresas. "Tínhamos
uma posição privilegiada que foi
progressivamente sendo degradada", afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Jorge
Chevallier. "Aos poucos, temos
de retomar esse espaço."
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