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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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ARGENTINA

Gastos militares subirão

Kirchner quer nova política de defesa

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Néstor Kirchner, quer "recuperar uma política de defesa" para o país e, para tanto, pretende ampliar os investimentos na área militar. As declarações foram dadas ontem, durante um seminário sobre a investigação e a produção para a defesa, organizado pelas Forças Armadas, em Buenos Aires. "Faz muitos anos que a Argentina deixou de estabelecer com clareza o que significa ter uma política de defesa nacional", disse.
A falta de recursos e investimentos tem sido uma queixa constante das Forças Armadas argentinas. Após a ditadura militar, que durou entre 1976 e 1983, os governos civis deixaram em segundo plano os investimentos militares, temendo novos levantes. O primeiro presidente civil, Raúl Alfonsín, chegou a enfrentar alguns levantes militares durante o seu governo.
Kirchner, desde a sua posse, em 25 de maio, tem afirmado "que as Forças Armadas devem trabalhar em função do governo civil", declarações que chegaram a desagradar a alguns setores mais conservadores do país.
Na primeira semana de mandato, Kirchner destituiu todos os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Também iniciou uma ofensiva para punir os ex-militares acusados de violar direitos humanos durante a ditadura. Os grupos de direitos humanos estimam em 30 mil o número de mortos ou desaparecidos durante o governo militar.
O presidente, durante o seu discurso, disse ainda que pretende incentivar a produção nacional por meio da substituição de importações e que isso também valerá para o setor de tecnologia e material militar.
A intenção é priorizar pequenas e médias empresas. "Tínhamos uma posição privilegiada que foi progressivamente sendo degradada", afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Jorge Chevallier. "Aos poucos, temos de retomar esse espaço."


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