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DITADURA
Possível extradição depende da Justiça e de Kirchner
Justiça argentina prende mais 8 repressores, a pedido da França
DE BUENOS AIRES
A Justiça argentina prendeu ontem outros oitos ex-repressores
que atuaram na Esma (Escola Mecânica Armada) na última ditadura militar (1976-1986). A Esma é
considerada o maior centro clandestino de torturas que funcionou
durante a ditadura argentina.
As prisões foram efetuadas um
dia depois da detenção do ex-capital da Marinha Alfredo Astiz,
conhecido como o "anjo louro da
morte". Em 1990, Astiz foi condenado à prisão perpétua por tribunais franceses por participar do
sequestro e assassinato de duas
feiras franciscanas.
A ordem de prisão dos outros
oito ex-militares foi emitida pelo
juiz federal Sérgio Torres, o mesmo que decretou a prisão de Astiz.
No seu caso, a detenção foi efetuada a pedido da França, que
quer extraditar o ex-torturador.
Como França e Argentina não
têm tratado formal de extradição,
a decisão final ficará a cargo da
Justiça e depois do presidente
Néstor Kirchner.
Os ex-repressores, entre eles Astiz, fazem parte de um lista de 15
ex-torturadores, cuja captura foi
ordenada pelo juiz anteontem.
Torres não revelou os nomes
dos ex-militares que foram detidos.
As ordens de prisão foram emitidas com base na anulação das
leis de Ponto Final e Obediência
Devida, pelo Congresso no mês
passado. Ambas beneficiavam
militares envolvidos com a ditadura militar e já foram declaradas
inconstitucionais por tribunais de
segunda instância. Para que sejam anuladas definitivamente, no
entanto, ainda falta um parecer final da Corte Suprema de Justiça.
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