UOL


São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DITADURA

Possível extradição depende da Justiça e de Kirchner

Justiça argentina prende mais 8 repressores, a pedido da França

DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina prendeu ontem outros oitos ex-repressores que atuaram na Esma (Escola Mecânica Armada) na última ditadura militar (1976-1986). A Esma é considerada o maior centro clandestino de torturas que funcionou durante a ditadura argentina.
As prisões foram efetuadas um dia depois da detenção do ex-capital da Marinha Alfredo Astiz, conhecido como o "anjo louro da morte". Em 1990, Astiz foi condenado à prisão perpétua por tribunais franceses por participar do sequestro e assassinato de duas feiras franciscanas.
A ordem de prisão dos outros oito ex-militares foi emitida pelo juiz federal Sérgio Torres, o mesmo que decretou a prisão de Astiz.
No seu caso, a detenção foi efetuada a pedido da França, que quer extraditar o ex-torturador. Como França e Argentina não têm tratado formal de extradição, a decisão final ficará a cargo da Justiça e depois do presidente Néstor Kirchner.
Os ex-repressores, entre eles Astiz, fazem parte de um lista de 15 ex-torturadores, cuja captura foi ordenada pelo juiz anteontem.
Torres não revelou os nomes dos ex-militares que foram detidos.
As ordens de prisão foram emitidas com base na anulação das leis de Ponto Final e Obediência Devida, pelo Congresso no mês passado. Ambas beneficiavam militares envolvidos com a ditadura militar e já foram declaradas inconstitucionais por tribunais de segunda instância. Para que sejam anuladas definitivamente, no entanto, ainda falta um parecer final da Corte Suprema de Justiça.


Texto Anterior: Argentina: Kirchner quer nova política de defesa
Próximo Texto: Oriente Médio: Arafat se diz pronto a morrer como "mártir"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.