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ORIENTE MÉDIO
Apontando para uma metralhadora, líder palestino diz que resistirá caso Israel tente expulsá-lo ou matá-lo
Arafat se diz pronto a morrer como "mártir"
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Iasser Arafat,
74, disse ontem que está pronto
para morrer como um "mártir" se
Israel tentar expulsá-lo de seu QG
em Ramallah (Cisjordânia) rumo
ao exílio ou assassiná-lo.
"Sou um soldado palestino...
usarei minha arma para defender
não apenas a mim mesmo mas
também qualquer criança, mulher ou homem palestinos e a
existência da Palestina", disse à
agência Reuters, apontando para
uma metralhadora a seu lado.
"Morrer como um mártir? Sim,
há alguém na Palestina que não
sonhe com o martírio?", disse. Israel anunciou sua decisão de "remover" Arafat, por considerá-lo
um obstáculo à paz, mas não especificou como e quando.
Em relação ao veto dos EUA,
anteontem no Conselho de Segurança da ONU, a uma proposta de
resolução exigindo que Israel desista de qualquer ação contra Arafat, o líder disse não ter sido "o
primeiro veto contra os palestinos
nem será o último".
Segundo os EUA, a resolução
proposta era desbalanceada e não
contribuiria para o plano de paz.
Mas deixaram claro que são contra a remoção de Arafat.
Ontem, os países árabes decidiram que vão pedir à Assembléia
Geral da ONU, onde líderes de todo o mundo estarão reunidos na
semana que vem, que adote uma
resolução exigindo o fim das
ameaças a Arafat. Ao contrário
das resoluções do CS da ONU,
uma resolução da Assembléia não
tem poder legal.
Segundo Arafat, será anunciada
na semana que vem a formação
do governo do novo premiê palestino Ahmed Korei, indicado
pelo próprio Arafat há dez dias.
Em entrevista à TV Israel, o presidente da ANP disse ser a favor
de uma trégua com Israel e confirmou a existência de contatos com
os grupos extremistas palestinos
para colocar fim aos atentados.
Mas Israel já disse que não aceita enquanto as forças de segurança palestinas, majoritariamente
controladas por Arafat, não desmantelarem os grupos terroristas.
Israel e EUA acusam Arafat de
não fazer nada para impedir ataques terroristas, uma das exigências do plano de paz proposto pelos EUA, com apoio da Rússia, da
União Européia e da ONU.
O líder, que nega estar por trás
dos atentados, acusa Israel de não
cumprir sua parte no acordo ao
continuar, por exemplo, com suas
ações militares nos territórios
ocupados. Também acusa o país
de destruir as forças de segurança
palestinas, dificultando a prevenção de atos terroristas.
"Preciso de garantias de que Israel parará com os assassinatos, as
demolições e as prisões. Essas garantias podem vir de tropas internacionais ou de observadores que
garantam que os dois lados cumpram o cessar-fogo", disse Arafat.
Recentemente, os grupos terroristas declararam uma trégua,
mas ela foi cancelada.
Com agências internacionais
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