São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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JULGAMENTO EM MIAMI

Abafamento de caso da mala renderia contratos, diz acusado

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Em declaração ontem no julgamento do chamado caso da mala, o empresário venezuelano Carlos Kauffmann revelou uma rede de corrupção em que ele e seu sócio Franklin Durán pagaram subornos e cobraram comissões de funcionários e militares da Venezuela durante anos para conseguir negócios milionários.
Os dois são acusados de formar parte de um grupo de agentes do governo venezuelano encarregados de pressionar o empresário Guido Antonini Wilson a não revelar a origem e o destino dos US$ 800 mil que levava em uma mala com a qual tentou entrar na Argentina em agosto de 2007.
Segundo o promotor, o dinheiro seria uma doação ilegal da Venezuela à campanha da hoje presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Kauffmann relatou os casos de corrupção para explicar como se beneficiariam ocultando informações sobre a mala. "Se conseguíssemos resolver o problema, isso nos garantiria receber em troca grandes pagamentos por meio de importantes contratos", afirmou.
O empresário detalhou mais de dez casos de corrupção entre 1998 e 2004. Em uma das operações, ele e Durán teriam ganhado mais de US$ 100 milhões em uma reestruturação de títulos, pela qual teriam pagado US$ 25 milhões ao ex-ministro de Finanças Tobías Nobrega e a seus assessores.


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