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PERU
Pivô do escândalo que derrubou Fujimori há 29 meses enfrenta primeiro julgamento
Montesinos se cala no tribunal
DA REDAÇÃO
Em meio a fortes medidas de
segurança, começou ontem no
Peru o primeiro julgamento público de Vladimiro Montesinos, o
ex-chefe dos serviços de inteligência do país no governo de Alberto
Fujimori (1990-2000), acusado
por dezenas de casos de corrupção, tortura e assassinato. Ele se
negou a prestar depoimento, alegando que seus direitos não foram respeitados.
Montesinos, 58, enfrenta seu
primeiro julgamento público 29
meses após a divulgação do primeiro dos chamados "vladivídeos", filmados por sua iniciativa
e nos quais aparecia subornando
figuras públicas importantes,
num escândalo que provocou a
destituição de Fujimori, hoje foragido no Japão.
"Isso marca o início do julgamento do homem que é provavelmente o maior corrupto da história do Peru", disse o promotor-assistente Ronald Gamarra. "Finalmente, após dois anos de espera."
Algemado e com um colete à
prova de balas, Montesinos foi levado de helicóptero de sua prisão,
numa base naval de Lima, para a
penitenciária de segurança máxima de Lurigancho, ao norte da cidade, onde acontece o julgamento. Cerca de 500 policiais foram
deslocados para proteger as proximidades da penitenciária, e outros 300 foram mantidos em alerta dentro dela, diante de uma
ameaça de rebelião de presos.
No caso que começou a ser julgado ontem, Montesinos é acusado de interferir para libertar o irmão de sua amante, preso por tráfico de drogas. Por essa acusação,
pode pegar cinco anos de prisão.
Montesinos, que passou toda a
sessão de ontem impassível, apresentou uma carta na qual disse
que permanecerá em silêncio e
não responderá às perguntas dos
juízes "porque não são competentes e imparciais" para julgá-lo.
Ele está preso em Lima desde junho de 2001, quando foi extraditado da Venezuela, onde foi preso
após meses foragido. Ele responde a mais de 70 processos, acusado de corrupção de funcionários
públicos, tráfico de influência,
enriquecimento ilícito, violação
dos direitos humanos, tráfico de
armas e de drogas e lavagem de
dinheiro. Montesinos admite culpa em alguns casos menos graves,
como abuso de autoridade, mas
nega responsabilidade sobre os
mais sérios -narcotráfico e crimes contra os direitos humanos-, alegando que cumpria ordens de Fujimori.
Com agências internacionais
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