São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2010

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Foguete de Gaza causa morte em Israel

Imigrante tailandês é primeira vítima de disparo desde ofensiva israelense contra território governado por Hamas em 2009

Israel reage bombardeando seis alvos no território já na madrugada de hoje (local); ataque coincide com visita da chanceler da UE à região


DA REDAÇÃO

Um disparo de foguete a partir da faixa de Gaza provocou ontem a primeira morte em Israel desde a ofensiva militar do país contra o território palestino, em janeiro de 2009. O ataque foi reivindicado por um grupo rival do Hamas, que controla Gaza, e motivou ameaça de retaliações de Israel.
O artefato alvejou uma estufa na comunidade de Netiv Haasara e matou um agricultor tailandês que trabalhava no local, segundo o governo israelense.
Israel retaliou bombardeando ao menos seis alvos no território na madrugada de hoje (local), após fazer disparos de tanques. Não há relato de vítimas.
Cerca de uma hora antes do disparo, a chanceler da União Europeia (UE), Catherine Ashton, terminara uma rara visita ao território palestino, que desde 2007 é dominado pelo grupo considerado terrorista pela UE e alvo de severo bloqueio. A comissária condenou o ocorrido.
O ataque foi reivindicado pelo grupo radical palestino relativamente desconhecido Ansar al Sunna, supostamente ligado à rede terrorista Al Qaeda. Em comunicado, o grupo disse que o disparo foi a resposta à "continuada agressão sionista contra nosso povo em Jerusalém".
A cidade, cuja porção oriental -ocupada por Israel desde 1967- é reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado, foi palco de novos confrontos com forças de segurança israelenses na última terça devido à reabertura de uma antiga sinagoga e às restrições de acesso à região impostas no fim de semana -já suspensas.
Para analistas, o disparo representa ainda desafio ao Hamas, que desde o ano passado tenta conter os disparos de foguetes, principal razão alegada por Israel para a ação militar.
Para Israel, no entanto, a responsabilidade pelo ataque é do Hamas, por deter o controle do território. "Isso é cruzar a linha vermelha, o que Israel não poderá aceitar. Nossa resposta será apropriada, será forte", disse o vice-premiê, Silvan Shalom.
O vice-chanceler Daniel Ayalon disse que Israel se defenderá "apesar do relatório Goldstone" -que acusou Israel e o Hamas por crimes de guerra durante o conflito que matou 13 israelenses e 1.400 palestinos.

Israel e EUA
Ontem, o premiê Binyamin Netanyahu teve uma conversa de teor não revelado por telefone com a chanceler americana, Hillary Clinton, sobre os atritos gerados pelo anúncio de 1.600 novas construções em Jerusalém Oriental na última semana.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o enviado especial ao Oriente Médio, George Mitchell, que cancelara ida a Israel na terça devido ao episódio, deverá se reunir com o premiê no domingo. Mitchell será recebido ainda pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Com agências internacionais



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