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Foguete de Gaza causa morte em Israel
Imigrante tailandês é primeira vítima de disparo desde ofensiva israelense contra território governado por Hamas em 2009
Israel reage bombardeando seis alvos no território já na madrugada de hoje (local); ataque coincide com visita da chanceler da UE à região
DA REDAÇÃO
Um disparo de foguete a partir da faixa de Gaza provocou
ontem a primeira morte em Israel desde a ofensiva militar do
país contra o território palestino, em janeiro de 2009. O ataque foi reivindicado por um
grupo rival do Hamas, que controla Gaza, e motivou ameaça
de retaliações de Israel.
O artefato alvejou uma estufa
na comunidade de Netiv Haasara e matou um agricultor tailandês que trabalhava no local,
segundo o governo israelense.
Israel retaliou bombardeando ao menos seis alvos no território na madrugada de hoje (local), após fazer disparos de tanques. Não há relato de vítimas.
Cerca de uma hora antes do
disparo, a chanceler da União
Europeia (UE), Catherine Ashton, terminara uma rara visita
ao território palestino, que desde 2007 é dominado pelo grupo
considerado terrorista pela UE
e alvo de severo bloqueio. A comissária condenou o ocorrido.
O ataque foi reivindicado pelo grupo radical palestino relativamente desconhecido Ansar
al Sunna, supostamente ligado
à rede terrorista Al Qaeda. Em
comunicado, o grupo disse que
o disparo foi a resposta à "continuada agressão sionista contra nosso povo em Jerusalém".
A cidade, cuja porção oriental -ocupada por Israel desde
1967- é reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado, foi palco de novos
confrontos com forças de segurança israelenses na última terça devido à reabertura de uma
antiga sinagoga e às restrições
de acesso à região impostas no
fim de semana -já suspensas.
Para analistas, o disparo representa ainda desafio ao Hamas, que desde o ano passado
tenta conter os disparos de foguetes, principal razão alegada
por Israel para a ação militar.
Para Israel, no entanto, a responsabilidade pelo ataque é do
Hamas, por deter o controle do
território. "Isso é cruzar a linha
vermelha, o que Israel não poderá aceitar. Nossa resposta será apropriada, será forte", disse
o vice-premiê, Silvan Shalom.
O vice-chanceler Daniel Ayalon disse que Israel se defenderá "apesar do relatório Goldstone" -que acusou Israel e o Hamas por crimes de guerra durante o conflito que matou 13
israelenses e 1.400 palestinos.
Israel e EUA
Ontem, o premiê Binyamin
Netanyahu teve uma conversa
de teor não revelado por telefone com a chanceler americana,
Hillary Clinton, sobre os atritos
gerados pelo anúncio de 1.600
novas construções em Jerusalém Oriental na última semana.
Segundo o Departamento de
Estado dos EUA, o enviado especial ao Oriente Médio, George Mitchell, que cancelara ida a
Israel na terça devido ao episódio, deverá se reunir com o premiê no domingo. Mitchell será
recebido ainda pelo presidente
palestino, Mahmoud Abbas.
Com agências internacionais
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