São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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Brasil diz que Irã tem direito, mas deve cooperar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, voltou a defender o direito de o Irã enriquecer urânio para fins pacíficos, mas afirmou que o governo iraniano deve se esforçar para "dissipar qualquer dúvida" sobre sua experiência com energia nuclear e que deve cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Nenhum país pode ser privado do direito de pesquisar e enriquecer urânio para fins pacíficos, mas tem de cumprir obrigações e compromissos internacionais", disse o chanceler.
"Esse direito é assegurado pelos tratados internacionais, mas é preciso honrar seus compromissos. Você tem direito de sacar dinheiro do banco, mas para isso deve estar em dia com débitos e crédito", acrescentou.
Amorim defendeu uma solução pacífica para a tensão gerada pela desconfiança em torno das atividades nucleares do Irã.
Em fevereiro, o governo brasileiro votou a favor da resolução da AIEA de levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião Amorim disse que o Brasil votaria a favor porque a resolução garantia o direito do Irã de desenvolver pesquisas nucleares com fins pacíficos e permitia que o país recuperasse sua credibilidade junto aos organismos internacionais.
O clima entre os EUA e o Irã ficou mais tenso, após anúncio há uma semana do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que completou pela primeira vez o ciclo de enriquecimento de urânio.


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