São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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Alertas falaram em atentados a aviões dos EUA

DA REDAÇÃO

Um comunicado do governo avisou as companhias aéreas, cinco meses antes do 11 de setembro, que pessoas oriundas do Oriente Médio poderiam tentar sequestrar aviões americanos e que as empresas deveriam "demonstrar um alto grau de alerta".
O alerta foi emitido depois do julgamento final de Ahmed Ressam. Ele foi condenado no dia 6 de abril de 2001 por causa de um plano fracassado de explodir o aeroporto internacional de Los Angeles (Califórnia) durante a passagem de 1999 para 2000.
O memorando da FAA (agência de aviação civil dos EUA), datado de 18 de abril de 2001, também lembrava que quatro membros da Al Qaeda estavam, à época, enfrentando julgamento em Nova York por envolvimento com os ataques às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia.
Previsto para expirar no dia 31 de julho, o alerta foi uma entre as mais de dez circulares expedidas no ano passado avisando sobre potenciais ataques terroristas -todos esses alertas com datas anteriores a 11 de setembro.
Autoridades do governo americano afirmam que as ameaças eram tão vagas que não inspiravam medidas mais severas de segurança. E elas também não davam razão à construção de um cenário hipotético como o ocorrido em setembro.

Defesa de Bush
Ontem, políticos do Partido Republicano aumentaram a carga na estratégia de defesa do presidente contra as críticas de que sua administração teria ignorado sinais que poderiam levar ao desmantelamento prévio dos ataques terroristas.
"Os americanos sabem que o presidente Bush, quando tem informações confiáveis sobre ameaças, atua de modo rápido e enérgico", disse o presidente do Partido Republicano, Marc Racicot, num e-mail enviado a simpatizantes do partido. "Qualquer crítica que sugerir o contrário está eivada de motivações políticas irresponsáveis", completou.
A FAA disse que a possibilidade de um ataque terrorista era alta, mas não havia ameaças específicas contra aeronaves dos EUA.
No dia 22 de junho do ano passado, um outro alerta da FAA, daquela vez datado para expirar no dia 22 de agosto, falava de um potencial ataque. Seria um possível sequestro para ser usado como moeda de troca numa negociação para liberar Omar Abdel Rahman, considerado um dos líderes do ataque a bomba ao World Trade Center em 1993.
Num alerta de 28 de agosto de 2001, com data para expirar em 30 de novembro daquele ano, a agência de aviação civil alertava que o conflito israelo-palestino trazia perigos aos vôos indo e vindo de Israel.
Para a FAA, a principal preocupação era um eventual ataque ao aeroporto internacional Ben Gurion, em Israel, e que esse ataque afetasse aviões dos EUA.


Com agências internacionais


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