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SEPARATISMO
Decisão ocorre após fracasso de negociações
Indonésia decreta lei marcial em Província rebelde e prepara ataque
DA REDAÇÃO
A Indonésia colocou a Província de Aceh sob lei marcial ontem
e deu luz verde para os militares
lançarem um grande ataque contra os rebeldes separatistas. A decisão foi tomada depois que as negociações de paz que ocorriam
em Tóquio fracassaram.
Num decreto lido por um auxiliar, a presidente Megawati Sukarnoputri disse que a recusa do Movimento Liberdade para Aceh
(Gerakan Aceh Merdeka ou
GAM) em aceitar a soberania da
Indonésia sobre a Província colocou a região em perigo, o que exigiu a imposição de lei marcial,
efetiva imediatamente.
O fracasso das negociações de
Tóquio e do tratado de paz que
havia sido firmado nem dezembro passado leva a Província, rica
em recursos naturais, a uma nova
guerra que pode estar a apenas algumas horas de eclodir.
O conflito entre o governo central da Indonésia e os rebeldes de
Aceh é um dos mais antigos da
Ásia e já provocou a morte de 10
mil pessoas desde 1976. A Indonésia exige que os rebeldes desistam
de sua reivindicação de independência, o que eles não aceitam fazer. O tratado de dezembro não
entrava em detalhes sobre essa
questão. O foco do acordo era a
suspensão das hostilidades.
Mesmo enquanto negociava, Jacarta reforçava a presença de seus
militares na região, que saltou de
38 mil para 45 mil. Os rebeldes
contam com cerca de 5.000 combatentes. Ontem mesmo, os militares prenderam cinco dos principais líderes separatistas.
Reino de Aceh
Aceh foi um reino independente até o fim século 19, quando os
holandeses tomaram a região.
Quando a Holanda deixou a região, nos anos 40, transferiu a soberania sobre Aceh para a então
recém-criada República da Indonésia, o que os independentistas
não reconhecem como legal.
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