São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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IRAQUE

Novo premiê não fixa prazos

Tropa italiana deixará Iraque, anuncia Prodi

DA REDAÇÃO

O novo primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, disse ontem que considera a guerra no Iraque um "erro grave" e voltou a prometer a retirada as tropas italianas do Iraque.
Prodi disse, no entanto, que seu governo apoia a guerra ao terror e a participação da Itália em operações antiterrorismo, desde que sancionadas por organizações internacionais.
"Consideramos a guerra e a ocupação do Iraque um erro grave que não apenas não resolveu como complicou o problema da segurança", disse Prodi em seu primeiro discurso no Senado como premiê. "O terrorismo encontrou nova base e novas desculpas para ações internas e externas."
Prodi disse em seu discurso que o terrorismo deveria ser primeiramente combatido em frentes "políticas, sociais e econômicas" e de maneira que "não limite nossa liberdade nem nossos direitos".
Como líder da oposição, Prodi foi contrário à Guerra do Iraque e prometeu em sua campanha que as tropas italianas que continuam no país seriam retiradas "o mais rápido possível".
O governo anterior, do primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi, enviou cerca de 3 mil soldados ao Iraque para ajudar na reconstrução do país após a queda de Saddam Hussein, em 2003 -medida que foi amplamente rejeitada pelos italianos.
O contingente tem sido retirado gradualmente, e a própria gestão de Berlusconi afirmava que a retirada seria terminada até o fim deste ano.
Prodi confirmou ontem a intenção de repatriamento, mas não especificou datas, e disse que a medida dependeria de consulta às autoridades iraquianas e a outras "partes interessadas".
Segundo o ministro da Defesa da Itália, ainda há cerca de 2.600 soldados do país no Iraque.

Novos ataques
Em Bagdá, quatro soldados americanos e um intérprete iraquiano foram mortos por uma bomba improvisada, ontem. Pelo menos 12 iraquianos também morreram em ataques violentos no país, enquanto políticos discutem o governo de unidade nacional, uma coalizão de xiitas, sunitas e curdos.
Em Basra, o chefe da polícia da cidade, o general-de-divisão Hassan Suwadi, sobreviveu sem ferimentos a uma tentativa de assassinato. Uma bomba explodiu em frente à sua casa, segundo a polícia, em um incidente que contribui para aumentar a tensão na segunda maior cidade do país.
Desde o fim do ano passado, a segurança em Basra tem sido comprometida pela luta entre diferentes grupos xiitas.
A rede de TV árabe Al Jazira exibiu ontem um vídeo divulgado por um grupo iraquiano de um diplomata dos Emirados Árabes Unidos, Nadji al Nuaimi, sequestrado em Bagdá na última terça. O grupo pede o fechamento da embaixada do país no Iraque.


Com agências internacionais

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