São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Israel libera impostos

Delegacia palestina é atacada pelo Hamas

DA REDAÇÃO

Policiais palestinos e membros da nova força de segurança do Hamas entraram em choque ontem na faixa de Gaza, no primeiro confronto desde que o grupo terrorista instituiu uma força de segurança paralela, desafiando o poder do presidente palestino, Mahmoud Abbas. Pelo menos três pessoas ficaram feridas na troca de tiros.
O confronto instalou o terror nas vizinhanças próximas, de onde moradores tiveram de fugir. Segundo testemunhas, o tiroteio teve início quando a milícia do Hamas cercou a principal delegacia de polícia de Gaza.
A formação do efetivo policial do Hamas, de 3.000 homens, apresentada anteontem em Gaza, foi o último sinal de desagregação do poder palestino. Em resposta, Abbas destacou uma unidade policial fiel ao Fatah, seu partido. A tensão doméstica, que instalou um espectro de guerra civil nos territórios palestinos, se agravou após a vitória do Hamas nas eleições de janeiro.
O governo de Israel anunciou ontem que parte dos impostos que recolhe em nome da Autoridade Nacional Palestina (ANP) será liberada por meio do mecanismo criado na semana passada pelo Quarteto de mediadores internacionais (União Européia, EUA, ONU e Rússia). O objetivo imediato é evitar o colapso dos sistema de saúde palestino.
O dinheiro será transferido diretamente para instituições médicas palestinas e poderá ser usado para pagar os salários dos profissionais, que está atrasado há mais de dois meses. Pelo acordo firmado pelo Quarteto, a ajuda financeira seria encaminhada para ajuda humanitária, sem passar pelo governo palestino, controlado pelo grupo terrorista Hamas.
O mecanismo de ajuda estará submetido a uma auditoria independente, mas não está claro como o dinheiro liberado será usado. Um funcionário do governo israelense disse ao jornal "Haaretz" que os salários de médicos e enfermeiras podem ser pagos, contanto que o dinheiro não passe pelo Hamas. Mas um porta-voz do premiê Ehud Olmert, David Baker, disse que qualquer profissional apontado pelo Hamas estaria impedido de receber.
"Israel não concorda em transferir o dinheiro dos impostos para pagar os salários de médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde", disse Baker. Na semana passada a chanceler Tsipi Livni dissera que o dinheiro não poderia ser usado para os salários.


Com agências internacionais


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