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Cineasta iraniano preso entra em greve de fome
DA REUTERS
O diretor iraniano de cinema
Jafar Panahi começou uma
greve de fome na prisão, afirmou sua mulher a um site opositor ontem.
O cineasta, dono de inúmeros prêmios internacionais e
correligionário do líder opositor Mir Hossein Mousavi na
controvertida eleição presidencial do ano passado, foi preso no início de março, bem como sua mulher e sua filha.
As duas foram posteriormente liberadas, e ele levado para a
prisão de Evin, em Teerã.
"Fui levado a interrogatório
na manhã de domingo, quando
me acusaram de ter filmado a
cela, o que é uma mentira deslavada", Panahi disse à sua família por telefone ontem, segundo o site "Jaras".
A página publicou ainda a seguinte declaração do cineasta:
"Deixei de comer e beber desde
então e continuarei assim até
que minhas exigências sejam
atendidas".
Panahi demanda acesso a seu
advogado, visitas dos familiares
e o direito de permanecer em liberdade até que uma audiência
para apreciar seu caso seja
marcada, de acordo com sua
mulher, Tahereh Saeedi.
O cineasta apoiou Mousavi
no pleito que reconduziu à Presidência Mahmoud Ahmadinejad no ano passado.
A oposição acusa a reeleição
de ter sido fraudada, o que motivou protestos de rua reprimidos com violência pelo regime.
De acordo com o governo, as
manifestações foram orquestradas pelo Ocidente, com o intuito de minar a credibilidade
da teocracia iraniana.
Milhares de opositores foram detidos nos protestos pós-eleitorais.
A maioria deles foi libertada
desde então, mas mais de 80
pessoas acabaram condenadas
por até 15 anos. Duas delas, julgadas depois da eleição, foram
executadas.
Dois ministros franceses, na
semana passada, solicitaram do
Irã a soltura da Panahi, para
que ele pudesse aceitar o convite para ocupar uma cadeira no
júri do Festival de Cannes.
O apelo não surtiu efeito, e a
cadeira que era destinada ao cineasta iraniano no tradicional
evento francês permaneceu vazia, ao lado de uma placa com
seu nome.
Panahi foi premiado com o
"Camera d'Or" em Cannes, pelo filme "O Balão Branco", de
1995.
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