São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Brasil lamenta decisão européia, e sul-americanos elevam o tom

DA REDAÇÃO

O Brasil lamentou a aprovação da nova diretriz de imigração da UE. A decisão "contribui para criar percepção negativa da migração e vai no sentido contrário ao de uma desejada redução de entraves à livre circulação de pessoas e de um mais amplo e pleno convívio entre os povos", disse nota do Itamaraty, tradicionalmente cauteloso ao comentar políticas de outros países.
Menos comedido, o presidente equatoriano, Rafael Correa, chamou de "vergonhosa" a norma. "Esperamos organizar uma resposta conjunta com os diferentes países da América Latina. Essa diretiva é a Diretiva da Vergonha", afirmou Correa, repetindo o termo usado pelo colega da Bolívia, Evo Morales, em carta enviada à UE.
Declaração aprovada por unanimidade pelo Senado uruguaio afirma que a lei é "uma violação aos direitos humanos básicos". A Casa exortou os senadores latino-americanos a pressionar seus governos para que adotem medidas legais contra a diretiva.
Em nota, a Chancelaria argentina reiterou que "migrar não é um crime" e rejeitou "o uso de conceitos tais como migração legal ou ilegal". Nos países latino-americanos, imigrante sem documentação é considerado "irregular", não criminoso: comete uma infração administrativa e deve pagar multa por isso.
O tratamento dado aos sul-americanos tem sido foco constante de tensão entre o subcontinente e a UE. A questão já deixou de ser um assunto consular para o governo brasileiro e tornou-se um tema político, disse anteontem o chanceler Celso Amorim à Comissão de Relações Exteriores da Câmara.


Com agências internacionais

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