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Irã interrompe julgamento controverso
DA REDAÇÃO
O Judiciário iraniano interrompeu abruptamente ontem o julgamento de um agente dos serviços
de segurança acusado de ter matado uma jornalista canadense.
Advogados acusam autoridades
iranianas de ter ignorado provas
importantes. O veredicto deve ser
anunciado em breve.
Diplomatas e jornalistas estrangeiros foram impedidos de assistir ao julgamento a partir do terceiro dia. O agente Mohammad
Reza Aqdam respondia pela morte, em julho passado, de Zahra
Kazemi, fotógrafa canadense de
origem iraniana detida depois de
fotografar uma prisão em Teerã.
A advogada e ativista de direitos
humanos iraniana Shirin Ebadi,
Prêmio Nobel da Paz, disse que o
juiz ignorou um testemunho que
poderia ter incriminado um funcionário do Judiciário.
O caso deteriorou as relações
entre o Irã e o Canadá, que, na semana passada, anunciou a retirada de seu embaixador. E evidenciou as divergências entre o governo reformista do presidente
Mohammad Khatami e o Judiciário, controlado pela linha dura.
"Estou tão furiosa que nem posso falar. Eles nem ao menos deram atenção a nossas evidências e
anunciaram o fim do julgamento", disse Ebadi, que representa a
família de Kazemi.
O Judiciário inicialmente anunciou que Kazemi morrera devido
a um acidente vascular cerebral,
mas inquérito do governo mostrou que, enquanto ela se encontrava na prisão de Evin, recebeu
um golpe na cabeça que provocou
uma hemorragia. Ela entrou em
coma e morreu no hospital.
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