São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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Irã interrompe julgamento controverso

DA REDAÇÃO

O Judiciário iraniano interrompeu abruptamente ontem o julgamento de um agente dos serviços de segurança acusado de ter matado uma jornalista canadense. Advogados acusam autoridades iranianas de ter ignorado provas importantes. O veredicto deve ser anunciado em breve.
Diplomatas e jornalistas estrangeiros foram impedidos de assistir ao julgamento a partir do terceiro dia. O agente Mohammad Reza Aqdam respondia pela morte, em julho passado, de Zahra Kazemi, fotógrafa canadense de origem iraniana detida depois de fotografar uma prisão em Teerã.
A advogada e ativista de direitos humanos iraniana Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz, disse que o juiz ignorou um testemunho que poderia ter incriminado um funcionário do Judiciário.
O caso deteriorou as relações entre o Irã e o Canadá, que, na semana passada, anunciou a retirada de seu embaixador. E evidenciou as divergências entre o governo reformista do presidente Mohammad Khatami e o Judiciário, controlado pela linha dura.
"Estou tão furiosa que nem posso falar. Eles nem ao menos deram atenção a nossas evidências e anunciaram o fim do julgamento", disse Ebadi, que representa a família de Kazemi.
O Judiciário inicialmente anunciou que Kazemi morrera devido a um acidente vascular cerebral, mas inquérito do governo mostrou que, enquanto ela se encontrava na prisão de Evin, recebeu um golpe na cabeça que provocou uma hemorragia. Ela entrou em coma e morreu no hospital.


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