São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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ENTREVISTA

"Mudanças não foram novidade para cubanos'

DE SÃO PAULO

O anúncio das demissões no setor público feito na última semana não foi novidade para os cubanos. A opinião é da especialista em Cuba Emily Morris, diretora do Centro de Pesquisa e Consultoria para o Caribe e a América Latina da Universidade Metropolitana de Londres. Leia abaixo os principais trechos de sua entrevista à Folha. (EF)

 

Folha - O anúncio das demissões foi uma surpresa?
Emily Morris
- Definitivamente não foi uma surpresa para os cubanos. O interessante é que todas essas coisas já foram alvo de programas pilotos. É assim que as autoridades cubanas fazem mudanças. E com certeza há todo o tipo de experiências sendo feitas neste momento.

As mudanças vão gerar mais insatisfações?
Vai ser um processo difícil. Mas, desde que Raúl Castro assumiu, ele começou a promover um grande debate nacional. Tudo isso foi feito para fazer circular os ressentimentos das pessoas. E agora que estão introduzindo mudanças, embora sejam dolorosas, o objetivo do debate era justamente mostrar que não havia uma forma fácil de fazer isso.

Mas ocorre uma transição?
Algumas pessoas [em Cuba] chamam isso de aperfeiçoamento. Acho que eles pensam que estão salvando o socialismo deles. Que estão introduzindo mecanismos de mercado, mas com o Estado ainda no comando. Mas claramente, quando você começa a ter oferta de crédito, passa a existir uma forma de sistema financeiro capitalista. Então é, definitivamente, o começo de algo bem diferente.


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