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Nova York executa expansão silenciosa de metrô gigante
Obras vão cobrir as zonas de sombra nos extremos de Manhattan; tecnologia usada é a mesma do Eurotúnel
Número de estações vai passar de 500, e custo de apenas duas linhas será de US$ 16 bi; sistema tem 7 milhões de usuários por dia
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Na esteira dos projetos de revitalização e de intervenções
urbanas, Nova York constrói
uma expansão silenciosa do
metrô, que vai cobrir uma
imensa área de sombra sob os
extremos leste e oeste da ilha
de Manhattan.
Inaugurado no início do século 20, o sistema de transporte subterrâneo da cidade é um
dos mais antigos, complexos e
extensos do mundo. Funciona
24 horas por dia, sete dias por
semana, e leva 7 milhões de
passageiros por dia, seis vezes a
população de Recife. Hoje, a
área de cobertura é de 375 km,
com 468 estações.
O sistema gasta a energia
equivalente à consumida por
uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. Em São Paulo, o metrô tem 60 km de extensão e leva 2,7 milhões de pessoas.
As novas linhas serão a "T",
que ligará a rua 125, coração do
Harlem, à praça Hanover, próximo a Wall Street, com 16 estações e seis pontos de baldeações, sob a Segunda Avenida; a
linha "Q", que hoje vai do Central Park ao Brooklyn, será expandida à rua 125. Mais sete estações e sete possibilidades de
conexão no Upper East Side. E
a linha "7", que vai de Times
Square ao Queens, descerá pela
avenida 11 e passará pelo centro
de convenções Javits. A extensão ainda não foi determinada.
Custo das obras: US$ 16 bilhões só para as linhas "T" e
"Q". A licitação para a "7" será
fechada até o fim deste ano. A
data para a conclusão é 2011.
"Esses projetos vão aumentar dramaticamente o desenvolvimento econômico, comercial, residencial e cultural de
Nova York e das áreas vizinhas", disse à Folha Katherine
Lapp, diretora-executiva da
MTA (Metropolitan Transportation Authority), gestora do
sistema de transporte público.
Sem transtorno
As obras da expansão do metrô nova-iorquino usam as escavadeiras e a tecnologia usadas para construção do Eurotúnel, que liga a França ao Reino
Unido sob o canal da Mancha.
Diferentemente de São Paulo, em Nova York nenhuma rua
foi interditada e nenhuma casa
foi acidentalmente demolida.
Ou seja, transtorno zero para a
cidade. A maioria dos moradores nem sequer tem notícia do
que se passa sob seus pés.
As obras são tocadas pela
MTA Capital Construction
Company, criada em 2003 para
gerenciar a infra-estrutura do
metrô e dos ônibus. Ao custo de
US$ 6,3 bilhões, ela executa
ainda o East Side Access, que
levará as linhas de trem que ligam Long Island a Manhattan à
Grand Central Station, no lado
leste da rua 42. O objetivo é desafogar a Penn Station, principal estação ferroviária, no lado
oeste da rua 34. Meio milhão de
passageiros passam ali por dia.
"É focar nas mudanças na vida da cidade. Vamos ser mais
rápidos nas respostas às necessidades dos clientes", diz Lapp.
Paralisação
No fim do ano passado, em
pleno inverno, a -5C e com a
cidade cheia de turistas para
compras de Natal, os 34 mil
funcionários do metrô entraram em greve por três dias. A
paralisação levou a prefeitura a
implantar um sistema de emergência para regular o tráfego
em Manhattan. Motoristas foram obrigado a dar carona a estranhos pelo caminho para
cumprir a exigência de levar ao
menos quatro passageiros. Por
cada dia parado, o sistema perdeu US$ 400 milhões. A greve
anterior havia ocorrido em
1980 e durado 11 dias.
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