São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Educação se destaca entre indicadores; saúde sofre com carência de remédios

DA REPORTAGEM LOCAL

A mortalidade infantil em Cuba equivale a menos de um quarto da média latino-americana. O analfabetismo, de 2,7% da população com mais de 15 anos, é minúsculo perto do brasileiro -11,1%. A expectativa de vida é de seis anos a mais que a média latino-americana.
O regime sempre usou seus indicadores sociais como prova do sucesso da revolução. Os números são invejáveis, principalmente em relação à educação.
O que a propaganda omite é que Cuba, em 1958, já estava à frente da média latino-americana na maioria dos índices.
O analfabetismo era de 23% em 1957, menor que o brasileiro em 1980. A mortalidade infantil,de 34 por 1.000 nascidos vivos, em 1957, só foi superada no Brasil na década de 90.
Sem comunismo, alguns países, como Chile e Uruguai já empataram com Cuba em vários indicadores sociais. Mas, em qualidade da educação, o país ainda é o melhor da região.
Embora haja dúvidas sobre a confiabilidade das estatísticas, estudos de organismos internacionais, como Banco Mundial e Unesco, atestam a qualidade do sistema educacional.
A educação é prioridade desde o início do regime. Em 1961, uma campanha conseguiu 270 mil voluntários. Em um ano, 700 mil foram alfabetizados.
A saúde também evoluiu. A expectativa de vida e a mortalidade infantil têm padrão europeu. Para o diretor do Centro de Documentação em Cuba da Universidade George Washington, Peter Kornbluh, "nos EUA, até o Robert McNamara, secretário da Defesa durante a crise dos mísseis com Cuba, admitia o sucesso do sistema de saúde cubano. Eles têm índices melhores que os de Washington".
Mas dissidentes dizem que, enquanto o país mantém milhares de médicos no exterior, faltam remédios nos hospitais da ilha, e há mercado clandestino de aspirinas a curativos.
Cubanos ouvidos pela Folha, que não são dissidentes, contam que há três tipos de hospitais. Há os que têm atendimento bom e infra-estrutura precária, onde todos os cubanos são atendidos. A segunda categoria, de hospitais mais equipados, serve aos estrangeiros que buscam tratamento na ilha, e que paga bem. E a terceira, com poucos centros de ponta, onde é atendida a elite do partido.


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