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Educação se destaca entre indicadores; saúde sofre com carência de remédios
DA REPORTAGEM LOCAL
A mortalidade infantil em
Cuba equivale a menos de um
quarto da média latino-americana. O analfabetismo, de 2,7%
da população com mais de 15
anos, é minúsculo perto do brasileiro -11,1%. A expectativa de
vida é de seis anos a mais que a
média latino-americana.
O regime sempre usou seus
indicadores sociais como prova
do sucesso da revolução. Os números são invejáveis, principalmente em relação à educação.
O que a propaganda omite é
que Cuba, em 1958, já estava à
frente da média latino-americana na maioria dos índices.
O analfabetismo era de 23%
em 1957, menor que o brasileiro em 1980. A mortalidade infantil,de 34 por 1.000 nascidos
vivos, em 1957, só foi superada
no Brasil na década de 90.
Sem comunismo, alguns países, como Chile e Uruguai já
empataram com Cuba em vários indicadores sociais. Mas,
em qualidade da educação, o
país ainda é o melhor da região.
Embora haja dúvidas sobre a
confiabilidade das estatísticas,
estudos de organismos internacionais, como Banco Mundial e Unesco, atestam a qualidade do sistema educacional.
A educação é prioridade desde o início do regime. Em 1961,
uma campanha conseguiu 270
mil voluntários. Em um ano,
700 mil foram alfabetizados.
A saúde também evoluiu. A
expectativa de vida e a mortalidade infantil têm padrão europeu. Para o diretor do Centro
de Documentação em Cuba da
Universidade George Washington, Peter Kornbluh, "nos EUA,
até o Robert McNamara, secretário da Defesa durante a crise
dos mísseis com Cuba, admitia
o sucesso do sistema de saúde
cubano. Eles têm índices melhores que os de Washington".
Mas dissidentes dizem que,
enquanto o país mantém milhares de médicos no exterior,
faltam remédios nos hospitais
da ilha, e há mercado clandestino de aspirinas a curativos.
Cubanos ouvidos pela Folha,
que não são dissidentes, contam que há três tipos de hospitais. Há os que têm atendimento bom e infra-estrutura precária, onde todos os cubanos são
atendidos. A segunda categoria, de hospitais mais equipados, serve aos estrangeiros que
buscam tratamento na ilha, e
que paga bem. E a terceira, com
poucos centros de ponta, onde
é atendida a elite do partido.
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