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AMÉRICA LATINA
Ex-general quer voltar em junho; Assunção prepara sua prisão
Oviedo anuncia volta ao Paraguai
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Exilado no Brasil desde 2000, o
ex-general Lino Oviedo, 60, afirmou ontem que regressará ao Paraguai no mês que vem, onde foi
condenado por uma tentativa de
golpe em 1996 e é acusado de ter
sido o mandante do assassinato
do vice-presidente Luís Maria Argaña em 1999. A intenção de Oviedo motivou Assunção a montar
um esquema especial para prendê-lo, segundo a mídia local.
Ontem, Oviedo foi recebido em
Brasília pelo secretário-executivo
do Ministério da Justiça, Luiz
Paulo Teles Barreto.
Segundo a assessoria do ministério, o ex-general fez três solicitações para sua volta ao Paraguai:
garantia de integridade física, responder na Justiça pelas acusações
e ser acompanhado por um representante do governo brasileiro.
Barreto se comprometeu a analisá-las, mas não disse quando decidirá sobre os pedidos.
Hoje, o ex-general falará na Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional do Senado.
Em entrevista à Folha por telefone, Oviedo disse que voltará ao
Paraguai "na segunda quinzena
de junho" por avião comercial. O
dia exato será decidido pelo seu
partido, o oposicionista Unace
(União Nacional dos Cidadãos
Éticos), no dia 13 de junho.
"Volto para reivindicar meus
direitos e para demonstrar aos
meus compatriotas, aos meus
amigos e à minha família que não
sou assassino, golpista", disse.
O ex-general nega envolvimento com a morte de Argaña e alega
que foi vítima de um complô político para afastá-lo do país.
O ex-general disse que agora
confia na Justiça paraguaia. "Seis
membros do Supremo Tribunal
de Justiça [STJ] paraguaio foram
afastados por terem cometido penalidades [no ano passado]."
A volta de Oviedo tem causado
preocupação ao governo paraguaio. Segundo o influente diário
paraguaio "ABC Color", o comandante das Forças Armadas,
José Key Kanazawa, ordenou a
mobilização de suas tropas para
prender Oviedo. A preparação,
supostamente secreta, foi intitulada "Plano de Operações nš 1".
Recentemente, o STJ tem dado
sinais de que as acusações contra
Oviedo podem ser retiradas.
Apesar da tensão que cerca a
volta de Oviedo, sua força política
saiu abalada da eleição presidencial do ano passado, quando Nicanor Duarte Frutos foi eleito. O
candidato do ex-general, Guillermo Sánchez Guffanti, amargou
um quarto lugar.
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