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Teerã reage de maneira dúbia a americano
DA EFE
Num sinal de divergências internas, o governo
iraniano emitiu ontem sinais contraditórios após as
declarações feitas na véspera pelo presidente dos
EUA, Barack Obama, de
que "não vai conversar para sempre" com Teerã,
mas que espera que sua
política de aproximação
diplomática dê frutos até o
fim deste ano.
Mantendo o ceticismo
inicial em relação a Obama, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, acusou a Casa Branca
de promover o terrorismo
no Iraque e de usar armas
e dinheiro para conspirar
contra os interesses da república islâmica.
As declarações de Khamenei foram feitas em visita a uma Província que
faz fronteira com o Iraque.
Ele não fez menção direta
às declarações de Obama.
Potências ocidentais
acusam o Irã de pretender
enriquecer urânio para
produzir bombas atômicas. Teerã insiste em que
suas instalações nucleares
servem apenas para produzir energia e negocia
uma solução que lhe permita continuar enriquecendo urânio -o que tem
direito a fazer sob o Tratado de Não Proliferação
Nuclear, desde que em
cooperação com a Agência
Internacional de Energia
Atômica (AIEA).
O presidente linha-dura
Mahmoud Ahmadinejad e
o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani,
também criticaram os
EUA e exigiram a saída das
tropas americanas do vizinho Iraque.
"A presença dos arrogantes no Iraque permite
sua interferência nos assuntos daquele país. Felizmente, essas potências arrogantes estão em decadência", disse Ahmadinejad, que ontem recebeu o
chanceler iraquiano.
Já o tom do ministro das
Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, foi mais conciliador.
Minimizando o alerta feito por Obama, ele disse
que recebe "com satisfação as mudanças na linguagem dos EUA", mas cobrou "mudanças práticas".
O descompasso no discurso oficial traduz o embate entre partidários da
posição confrontativa e
defensores de trato pragmático com o Ocidente.
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