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França exige explicações de Ariel Sharon
DA REDAÇÃO
A França disse ontem ao premiê de Israel, Ariel Sharon, que
não marcará uma data para sua
visita a Paris até que ele explique a
razão pela qual exortou os judeus
franceses a deixar o país para fugir
do "anti-semitismo mais selvagem". Sharon afirmou que esse
anti-semitismo é direcionado sobretudo a Israel.
Uma porta-voz do presidente
da França, Jacques Chirac, afirmou que o convite feito a Sharon
está suspenso até que seus comentários sobre o anti-semitismo
sofrido pelos judeus franceses sejam esclarecidos. As declarações
de Sharon, feitas anteontem, provocaram indignação entre políticos e grupos judaicos franceses,
embora o premiê tenha ressaltado
que Paris está agindo para deter o
anti-semitismo.
Segundo o diário francês "Le
Monde", que citou uma rede de
TV israelense, Chirac enviou uma
carta a Sharon em que dizia:
"Após semanas de contatos relacionados à sua visita, vemos que
ela é impossível. E o senhor não é
mais bem-vindo por conta de
suas afirmações".
Questionada sobre a suposta
carta enviada por Chirac a Sharon, uma porta-voz da Chancelaria israelense se limitou a dizer
que o "ministério não divulga o
conteúdo de mensagens confidenciais". Fontes israelenses disseram ainda que a visita não estava sendo seriamente considerada.
Ontem à noite, Paris ainda esperava uma resposta de Israel à sua
exigência. De acordo com a porta-voz da Chancelaria francesa, as
explicações de Sharon são necessárias porque o governo francês
considerou as declarações do premiê israelense "inaceitáveis".
A França tem a maior comunidade judaica e uma das maiores
comunidades muçulmanas da
Europa ocidental. Há cerca de 600
mil judeus e 5 milhões de muçulmanos no país, que foi palco de
crescentes ataques contra judeus
e propriedades judaicas nos últimos anos, geralmente atribuídos
a grupos árabes insatisfeitos com
as políticas de Israel.
Israel acusa a França e a União
Européia de defenderem os palestinos em detrimento dos israelenses nas tentativas de negociação
de uma trégua no conflito israelo-palestino.
Com agências internacionais
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