São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004

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França exige explicações de Ariel Sharon

DA REDAÇÃO

A França disse ontem ao premiê de Israel, Ariel Sharon, que não marcará uma data para sua visita a Paris até que ele explique a razão pela qual exortou os judeus franceses a deixar o país para fugir do "anti-semitismo mais selvagem". Sharon afirmou que esse anti-semitismo é direcionado sobretudo a Israel.
Uma porta-voz do presidente da França, Jacques Chirac, afirmou que o convite feito a Sharon está suspenso até que seus comentários sobre o anti-semitismo sofrido pelos judeus franceses sejam esclarecidos. As declarações de Sharon, feitas anteontem, provocaram indignação entre políticos e grupos judaicos franceses, embora o premiê tenha ressaltado que Paris está agindo para deter o anti-semitismo.
Segundo o diário francês "Le Monde", que citou uma rede de TV israelense, Chirac enviou uma carta a Sharon em que dizia: "Após semanas de contatos relacionados à sua visita, vemos que ela é impossível. E o senhor não é mais bem-vindo por conta de suas afirmações".
Questionada sobre a suposta carta enviada por Chirac a Sharon, uma porta-voz da Chancelaria israelense se limitou a dizer que o "ministério não divulga o conteúdo de mensagens confidenciais". Fontes israelenses disseram ainda que a visita não estava sendo seriamente considerada.
Ontem à noite, Paris ainda esperava uma resposta de Israel à sua exigência. De acordo com a porta-voz da Chancelaria francesa, as explicações de Sharon são necessárias porque o governo francês considerou as declarações do premiê israelense "inaceitáveis".
A França tem a maior comunidade judaica e uma das maiores comunidades muçulmanas da Europa ocidental. Há cerca de 600 mil judeus e 5 milhões de muçulmanos no país, que foi palco de crescentes ataques contra judeus e propriedades judaicas nos últimos anos, geralmente atribuídos a grupos árabes insatisfeitos com as políticas de Israel.
Israel acusa a França e a União Européia de defenderem os palestinos em detrimento dos israelenses nas tentativas de negociação de uma trégua no conflito israelo-palestino.


Com agências internacionais


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