|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTRATÉGIA
Forças especiais precisam localizar objetivos, passar informações e atacar, se for possível
Missão é definir onde está o alvo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
As primeiras operações de tropas terrestres anglo-americanas
no Afeganistão envolvem grupos
pequenos de soldados ultratreinados, cada grupo com menos de
uma dúzia de homens, provalmente apenas quatro.
Seu objetivo é parecido com o
dos satélites e aviões espiões: descobrir onde estão os alvos. Missões de forças especiais americanas anteriores falharam por falta
do chamado "reconhecimento"
adequado. E só um homem no
terreno consegue fazer isso melhor que uma máquina.
Em seguida, dependendo do
que foi descoberto, podem ser feitos ataques aéreos ou mesmo incursões com maior número de
tropas. O terrorista Osama bin
Laden ou o líder da milícia Taleban, o mulá Muhammad Omar,
provavelmente tem dezenas, centenas de partidários protegendo-os. Maior poder de fogo será necessário.
No último dia 5 foi lançado em
órbita da Terra um satélite de 16,3
toneladas parecido com o telescópio espacial Hubble. Não se sabe
sua designação correta; alguns especialistas o batizam de KH-12,
outros falam de um KH-11 aperfeiçoado. Incluindo o lançamento, seu custo é da ordem de US$
1,4 bilhão.
Seja qual for o nome, ele tem
condições de fazer imagens na
quais objetos de até 10 centímetros podem ser identificados. Seus
sensores térmicos permitem fazer
imagens de noite e saber, por
exemplo, se um automóvel está
com o motor ligado ou desligado.
Essas imagens podem ser feitas
de cinco em cinco segundos. Mas
cada uma leva cerca de cinco minutos para ser retransmitida por
outros satélites até a base em terra
e ser visualizada por um técnico
em imageamento. Aviões não-tripulados como o Predator fazem e
transmitem imagens em tempo
até mais curto.
Os soldados das forças especiais
têm outro ângulo de observação.
Precisam ficar invisíveis no terreno mas ao mesmo tempo capazes
de observar e transmitir dados.
Todas forças armadas têm graduações internas de níveis de
competência de seus integrantes.
Existem os soldados comuns e as
chamadas tropas "de elite". E
mesmo nessa elite existem equipes ainda mais bem treinadas e
capazes.
Os soldados das divisões de infantaria comuns estão fora do teatro de operações -a Ásia Central.
No Uzbequistão estão soldados
de uma unidade de infantaria de
elite, a 10ª Divisão de Montanha.
Um grau acima ficam as unidades de rangers, também de infantaria leve -isto é, sem armas pesadas como grandes tanques e canhões. Os rangers poderiam participar de missões, mas não na fase atual. Se fosse descoberto o QG
de Bin Laden, algumas dezenas
ou centenas de rangers poderiam
ser a principal força atacante.
Os rangers usam boinas negras.
Outras forças especiais do Exército são chamadas de boinas verdes
por usarem as tais.
E, mais um grau de elite acima
dos rangers e dos boinas verdes,
fica a misteriosa Força Delta, a elite da elite, equivalente americana
do SAS (Serviço Aéreo Especial)
britânico.
Dentro do culto da macheza típico das forças especiais em todo
o mundo, a Força Delta tem um
status especial. Apenas 10% dos
voluntários são aceitos -e esses
voluntários em geral já são militares com treinamento típico dos
rangers ou boinas verdes.
Ao contrário dos outros militares, seus integrantes têm uma disciplina mais relaxada. Podem
-até devem- usar cabelos compridos e barbas caso precisem
passar por civis.
Para enviar essas tropas em
combate ou em missões sigilosas
existem unidades de aviões e helicópteros especiais, como o 160º
Regimento de Aviação de Operações Especiais, dotado de helicópteros como o Black Hawk e o Little Bird, alguns dos quais capazes
de vôo ultra-silencioso.
Texto Anterior: EUA iniciam ataque por terra a tropas do Taleban Próximo Texto: "Garotos vão morrer", afirma veterano russo Índice
|