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União Européia mantém apoio a
ataques, apesar de divergências
MARCELO STAROBINAS
DE LONDRES
Líderes dos 15 países da União
Européia (UE) voltaram a se declarar ao lado dos EUA em sua
ofensiva contra o terrorismo e se
comprometeram a trabalhar sob
a coordenação da ONU "para a
criação de um novo governo estável" no Afeganistão.
Porém adotaram uma posição
menos agressiva contra o regime
afegão que a desejada por britânicos e norte-americanos.
Após pressões de alguns Estados menores da UE, mais cautelosos em relação ao conflito, trecho
de um documento conjunto assinado ontem, que dizia que a derrubada do Taleban era um "objetivo legítimo", foi suprimido.
No encontro extraordinário
realizado em Ghent, na Bélgica, os
governantes tentaram mostrar ao
mundo a imagem de uma Europa
unificada contra o terror e convicta em seu apoio aos EUA.
O documento final expressou
"solidariedade total" e "apoio inequívoco" às ações norte-americanas, mas colocou como "a mais
alta prioridade" a ajuda humanitária aos refugiados afegãos.
Embora o tom oficial confirmasse os planos de apresentar
coesão política, divergências dividindo três dos mais fortes integrantes do bloco dos demais deram indícios de que a Europa segue tendo dificuldades para falar
com uma só voz.
Apesar de críticas feitas um dia
antes pelo presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, os
chefes de Estado de França, Alemanha e Reino Unido levaram
adiante os planos de realizar um
encontro fechado uma hora antes
do início da cúpula dos 15 países.
O presidente francês, Jacques
Chirac, o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, e o premiê britânico, Tony Blair, justificaram a reunião dizendo que, por
dirigirem os três únicos países da
UE que se comprometeram a usar
tropas e equipamentos próprios
no conflito, tinham de tratar de
assuntos de inteligência e cooperação militar que não diziam respeito aos demais.
A Itália foi uma das nações influentes do bloco que mais ficou
insatisfeita ao ser deixada de fora
do pequeno clube. Os jornais italianos diziam ontem que a decisão era um "tapa na cara" do premiê Silvio Berlusconi.
Visivelmente contrariado pelo
episódio, Berlusconi disse que tinha "coisas mais importantes para fazer" e, por essa razão, não tinha interesse em estar no encontro com Blair, Schröder e Chirac.
A minicúpula também discutiu
as consequências dos atentados
ao mercado financeiro europeu.
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