São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2001

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Trotes atrapalham pesquisa de Aids

DA SUCURSAL DO RIO
e DA REPORTAGEM LOCAL

O pânico causado pelo antraz interrompeu uma pesquisa sobre Aids e leucemia na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que custa US$ 20 mil por mês ao Ministério da Saúde. O laboratório carioca está analisando correspondências suspeitas de conter a bactéria.
Desde domingo, a Fiocruz recebeu 24 amostras suspeitas. Todos os exames deram negativo.
O Laboratório de Retrovírus, onde estão sendo feitas essas análises, acompanha o tratamento de 180 gestantes e bebês portadores dos vírus HIV e HTLV, atendidos por um hospital ligado à Fiocruz.
"A paralisação das pesquisas pode provocar o agravamento do quadro desses pacientes", advertiu o pesquisador José Pascoal Simonetti, chefe do laboratório.
Em São Paulo, o Instituto Biológico informou que o resultado de 14 novos exames deu negativo. Ontem, o Corpo de Bombeiros atendeu três casos de pessoas que receberam cartas contendo pó branco dentro do envelope. Dois casos ocorreram em empresas na zona oeste da capital.
O Instituto Biológico ainda está analisando o resultado de 14 exames. A diretora da instituição, Vera Cecília Annes Ferreira, informou ter deslocado pesquisadores das áreas de tuberculose e brucelose para examinar as cartas. No entanto, ela diz que a trabalho das outras áreas não será prejudicado.
Nos últimos três dias, o instituto gastou cerca de R$ 7.300 (entre material de consumo e salários) para realizar 33 exames. O Corpo de Bombeiros contabilizou os custos em R$ 7.590 para atender o mesmo número de chamados.
A empresa Nacional Transportes Aéreos entrou ontem na Justiça, em São Paulo, solicitando a liberação de uma aeronave retida anteontem no aeroporto de São Luiz depois que funcionários da limpeza encontraram pó branco embaixo de uma poltrona.
No Rio, a Polícia Civil divulgou o retrato falado do homem que teria deixado a mochila com a bomba que explodiu em uma loja do McDonald"s, na madrugada de anteontem. Mais dois homens teriam participado do ataque.
A polícia investiga a participação desconhecida "Organização Libertária Nacional", que reivindicou o ataque.



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