São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Porta-voz israelense afirma, no Brasil, que premiê levará adiante o plano Gaza apesar de riscos para a sua vida

Governo de Israel diz que ameaça não intimida Sharon

GUSTAVO CHACRA
DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, está decidido a levar adiante a retirada dos assentamentos da faixa de Gaza, independentemente das ameaças de morte que vem sofrendo de colonos extremistas.
A afirmação foi feita ontem pelo vice-porta-voz da Chancelaria e diretor da divisão de informação de Israel, Ilan Sztulman, em entrevista à Folha na Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Sztulman diz que o governo israelense tem consciência do risco que o premiê corre. Ontem, em Israel, o chanceler Silvan Shalom e o líder trabalhista Shimon Peres -que é oposicionista, mas apóia o plano de saída de Gaza- voltaram a insistir no perigo de o atual premiê ser assassinado por um extremista, como ocorreu em 1995 com o então primeiro-ministro, Yitzhak Rabin.
"Há uma diferença básica nos dois casos", diz Sztulman, argumentando que, apesar de as ameaças serem reais, desta vez o governo monitora os grupos extremistas dos colonos e não deve ser pego de surpresa, como ocorreu com Rabin há nove anos.
O objetivo de Sharon com o plano, segundo o porta-voz, não é inviabilizar um Estado palestino por um período indeterminado, conforme afirmou um assessor do premiê recentemente. "Foram declarações para consumo interno", disse Sztulman.
Israel, afirma Sztulman, ainda está aberto ao diálogo com os palestinos. Tudo depende de uma reforma na Autoridade Nacional Palestina, que ainda está nas mãos do presidente Iasser Arafat, responsável pelo controle da segurança e do dinheiro palestinos.
Falando sobre uma eventual eleição de John Kerry para a Presidência dos EUA, Sztulman disse que o governo israelense acredita que a política americana em relação ao Oriente Médio não venha a sofrer alterações.
"O próprio Kerry já afirmou que não fará mudanças", disse Sztulman. "As boas relações são entre Israel e os EUA", não apenas entre Sharon e o presidente George W. Bush.

Violência
Dois palestinos foram mortos em ação de Israel em Gaza. E um soldado israelense foi morto por palestinos na Cisjordânia.


Com agências internacionais


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