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ORIENTE MÉDIO
Porta-voz israelense afirma, no Brasil, que premiê levará adiante o plano Gaza apesar de riscos para a sua vida
Governo de Israel diz que ameaça não intimida Sharon
GUSTAVO CHACRA
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, está decidido a levar adiante
a retirada dos assentamentos da
faixa de Gaza, independentemente das ameaças de morte que vem
sofrendo de colonos extremistas.
A afirmação foi feita ontem pelo
vice-porta-voz da Chancelaria e
diretor da divisão de informação
de Israel, Ilan Sztulman, em entrevista à Folha na Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Sztulman diz que o governo israelense tem consciência do risco
que o premiê corre. Ontem, em
Israel, o chanceler Silvan Shalom
e o líder trabalhista Shimon Peres
-que é oposicionista, mas apóia
o plano de saída de Gaza- voltaram a insistir no perigo de o atual
premiê ser assassinado por um
extremista, como ocorreu em
1995 com o então primeiro-ministro, Yitzhak Rabin.
"Há uma diferença básica nos
dois casos", diz Sztulman, argumentando que, apesar de as
ameaças serem reais, desta vez o
governo monitora os grupos extremistas dos colonos e não deve
ser pego de surpresa, como ocorreu com Rabin há nove anos.
O objetivo de Sharon com o plano, segundo o porta-voz, não é inviabilizar um Estado palestino
por um período indeterminado,
conforme afirmou um assessor
do premiê recentemente. "Foram
declarações para consumo interno", disse Sztulman.
Israel, afirma Sztulman, ainda
está aberto ao diálogo com os palestinos. Tudo depende de uma
reforma na Autoridade Nacional
Palestina, que ainda está nas mãos
do presidente Iasser Arafat, responsável pelo controle da segurança e do dinheiro palestinos.
Falando sobre uma eventual
eleição de John Kerry para a Presidência dos EUA, Sztulman disse
que o governo israelense acredita
que a política americana em relação ao Oriente Médio não venha a
sofrer alterações.
"O próprio Kerry já afirmou
que não fará mudanças", disse
Sztulman. "As boas relações são
entre Israel e os EUA", não apenas
entre Sharon e o presidente George W. Bush.
Violência
Dois palestinos foram mortos
em ação de Israel em Gaza. E um
soldado israelense foi morto por
palestinos na Cisjordânia.
Com agências internacionais
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