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Só minoria usa programas para driblar bloqueios
DE PEQUIM
A censura de Pequim é um
sucesso quando se analisa a penetração do Twitter e do Facebook na China - país de maior
população de internautas, com
370 milhões de usuários.
O bloqueado Twitter, por
exemplo, tem 409 mil perfis na
China, quase um milésimo dos
internautas chineses. E só uma
parcela pequena é ativa. No Irã,
onde o Twitter também é proibido, há 1,4 milhão de usuários,
apesar de a população ser 20
vezes menor que a chinesa.
Depois de ser proibido em julho, o Facebook também encolheu. De 280 mil perfis ativos,
despencou para 14 mil usuários
regulares. No Irã, onde o Facebook é igualmente bloqueado,
há 800 mil contas ativas.
Para especialistas em internet chinesa, apenas uma pequena minoria usa softwares
para driblar a censura. Aplicativos como Tor, UltraSurf e FreeGate criam uma rede de nós
anônimos por onde o tráfego da
rede passa criptografado.
Como os censores estão sempre decodificando esses atalhos, há uma necessidade periódica de atualizá-los.
O Tor pode ser recebido por
e-mail e baixado no computador. Como vingança contra seu
banimento da China, o grupo
religioso Falun Gong produz
vários desses aplicativos.
"Ao contrário dos EUA, onde
65% dos internautas têm mais
de 35 anos, na China 74% têm
menos de 34", diz o especialista
Hong Bo. "As maiores atividades na internet chinesa são o
download de músicas, os jogos
virtuais e a comunicação instantânea com pequenos grupos
de amigos e parentes. Comunidades virtuais no estilo do Facebook são um fracasso." Até
34% dos internautas chineses
têm menos de 19 anos.
Outra prova de como a censura funciona aconteceu durante o debate em que o presidente americano Barack Obama quis ter com universitários
em Xangai. O governo chinês
decidiu não televisionar o
evento, mas a Casa Branca
transmitiu o debate ao vivo em
seu site. Só 7.000 pessoas acessaram a partir da China.
Por temor aos atalhos anticensura, às vezes o governo chinês adota atitudes extremas e
tira toda a rede do ar. Na Província de Xinjiang, a internet
está inacessível desde julho,
quando conflitos étnicos explodiram entre a minoria uigur e a
maioria chinesa han.
(RJL)
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