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TOUR EM LONDRES
Cetáceo de 5 m pode ter se perdido da mãe
Baleia no rio Tâmisa diverte londrinos
FÁBIO VICTOR
DE LONDRES
Nos últimos anos, graças a
um bem-sucedido projeto de
revitalização, o rio Tâmisa já tinha recebido a visita de focas e
golfinhos. Mas, ontem, foi uma
baleia que deu o ar de sua graça. Virou imediatamente o assunto do dia na cidade e transformou as margens do rio num
parque de diversões.
Com cinco metros e possivelmente ainda uma criança, a nariz-de-garrafa do norte -espécie que costuma nadar em
águas profundas do Atlântico
Norte- foi vista primeiro por
volta das 10h na altura da ponte
de Westminster, a área mais famosa de Londres, perto do Parlamento e do Big Ben.
Ficou ali por quase uma hora.
"Sabe o que é chegar para trabalhar e de repente dar de cara
com uma baleia? É fantástico",
contou à Folha a polonesa Kasia Raziuk, 21, que vende crepes num trailer ao pé da ponte.
A essa altura, horário do almoço, enquanto grupinhos
ainda faziam plantão esperando uma nova aparição, a baleia
já tinha subido o rio. A reportagem seguiu atrás dela. Foi encontrá-la poucos quilômetros
adiante, entre as pontes Albert
e Chelsea.
Centenas de curiosos ocupavam as margens do rio. Helicópteros de emissoras de TV
sobrevoavam a área. Fotógrafos profissionais se amontoavam. O trânsito ficou lento,
com carros subindo no meio-fio e motoristas esbaforidos
saindo para ver o mamífero.
No meio do rio, atrás de uma
barreira de barcos da polícia e
de grupos ambientalistas, que
tentavam fazê-la voltar em direção à foz, a nariz-de-garrafa
subia e descia sem parar, soltava esguichos de água e parecia
desorientada. Embora estivesse aparentemente saudável, especialistas temiam pela sua
saúde. Rastros de sangue foram vistos nas águas, sinal de
algum ferimento.
Para chegar ao centro de
Londres, a baleia, que, provavelmente, perdeu-se da mãe,
nadou cerca de 60 km e teve de
ultrapassar a barreira do Tâmisa, um dique que controla o nível das águas.
À noite, depois que a maré
subiu, a baleia começou, enfim,
a nadar na direção do mar.
Há controvérsia sobre a última vez em que uma baleia apareceu nas águas do Tâmisa. Enquanto a maior parte de mídia
e alguns especialistas citavam
1913, outros diziam que foi no
século 17. "Ela estava no Parlamento, mas, quando ouviu o
discurso dos deputados, fugiu
na hora", divertiu-se um locutor de rádio.
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