São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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TOUR EM LONDRES

Cetáceo de 5 m pode ter se perdido da mãe

Baleia no rio Tâmisa diverte londrinos

FÁBIO VICTOR
DE LONDRES

Nos últimos anos, graças a um bem-sucedido projeto de revitalização, o rio Tâmisa já tinha recebido a visita de focas e golfinhos. Mas, ontem, foi uma baleia que deu o ar de sua graça. Virou imediatamente o assunto do dia na cidade e transformou as margens do rio num parque de diversões.
Com cinco metros e possivelmente ainda uma criança, a nariz-de-garrafa do norte -espécie que costuma nadar em águas profundas do Atlântico Norte- foi vista primeiro por volta das 10h na altura da ponte de Westminster, a área mais famosa de Londres, perto do Parlamento e do Big Ben.
Ficou ali por quase uma hora. "Sabe o que é chegar para trabalhar e de repente dar de cara com uma baleia? É fantástico", contou à Folha a polonesa Kasia Raziuk, 21, que vende crepes num trailer ao pé da ponte.
A essa altura, horário do almoço, enquanto grupinhos ainda faziam plantão esperando uma nova aparição, a baleia já tinha subido o rio. A reportagem seguiu atrás dela. Foi encontrá-la poucos quilômetros adiante, entre as pontes Albert e Chelsea.
Centenas de curiosos ocupavam as margens do rio. Helicópteros de emissoras de TV sobrevoavam a área. Fotógrafos profissionais se amontoavam. O trânsito ficou lento, com carros subindo no meio-fio e motoristas esbaforidos saindo para ver o mamífero.
No meio do rio, atrás de uma barreira de barcos da polícia e de grupos ambientalistas, que tentavam fazê-la voltar em direção à foz, a nariz-de-garrafa subia e descia sem parar, soltava esguichos de água e parecia desorientada. Embora estivesse aparentemente saudável, especialistas temiam pela sua saúde. Rastros de sangue foram vistos nas águas, sinal de algum ferimento.
Para chegar ao centro de Londres, a baleia, que, provavelmente, perdeu-se da mãe, nadou cerca de 60 km e teve de ultrapassar a barreira do Tâmisa, um dique que controla o nível das águas.
À noite, depois que a maré subiu, a baleia começou, enfim, a nadar na direção do mar.
Há controvérsia sobre a última vez em que uma baleia apareceu nas águas do Tâmisa. Enquanto a maior parte de mídia e alguns especialistas citavam 1913, outros diziam que foi no século 17. "Ela estava no Parlamento, mas, quando ouviu o discurso dos deputados, fugiu na hora", divertiu-se um locutor de rádio.


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