São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

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Pedidos por mudanças chegam ao Marrocos

Milhares marcham por mudanças, mas não pedem fim da monarquia

No poder desde 1999, rei Mohamed 6º tende a ser visto com simpatia por luta contra pobreza e pela abertura política

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A onda de protestos no mundo árabe inspirados nas revoltas tunisiana e egípcia chegou ontem pela primeira vez ao Marrocos, onde houve várias passeatas pedindo reformas e contra a corrupção.
Mas as manifestações marroquinas se caracterizam pelo fato de não haver contestação aberta do regime monárquico nem do rei Mohamed 6º, um aliado do Ocidente preocupado em manter a imagem de líder moderno.
O maior protesto ocorreu na capital, Rabat, onde ao menos 5.000 pessoas se reuniram diante do Parlamento, pedindo a sua dissolução e uma nova Constituição.
O ato teve participação de vários setores da sociedade -esquerdistas, religiosos, desempregados, membros da minoria étnica berber, artistas e jornalistas.
Várias pessoas carregavam bandeiras da Tunísia e do Egito e gritavam "chega de autocracia".
Policiais acompanharam o ato sem intervir. Agentes à paisana percorriam a multidão fazendo anotações.
Houve atos de vandalismo em algumas cidades do interior. Uma lanchonete McDonald's foi destruída em Marrakech. Lojas foram incendiadas em Larache, norte.
Apesar da insatisfação da maioria da população com as condições sociais e econômicas, os marroquinos tendem a reconhecer os esforços de Mohamed 6º, no trono desde 1999, na luta contra a pobreza e avanços em direitos humanos e liberdades políticas.
O rei anterior, Hassan 2º, era tido como muito mais repressor e isolado da realidade dos mais pobres.


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