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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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DEPOIS DAS BOMBAS

Minoritários, milhares de cristãos comparecem a missas e pedem respeito a seus direitos

Cristãos iraquianos celebram a Páscoa

DA REDAÇÃO

Milhares de cristãos iraquianos lotaram as igrejas de Bagdá no domingo de Páscoa, apesar das precárias e ainda arriscadas condições de vida na cidade. Numa das missas, um sacerdote chegou a comparar a Paixão e a Ressurreição de Cristo à situação do país, invadido há um mês pelas forças anglo-americanas.
"O Iraque viveu sua paixão com a invasão norte-americana, mas renascerá assim como Cristo ressuscitou neste dia de Páscoa", disse o padre Boutros Haddad em seu sermão para centenas de fiéis que estavam na igreja católica caldéia da Virgem Maria, no centro da capital.
Um antigo bispo de Bagdá aproveitou a ocasião para pedir ao governo dos Estados Unidos uma Constituição que trate os cristãos assim como trata os muçulmanos. "Por favor, senhor Bush, peço em nome de todos os bispos iraquianos que nos dê uma boa Constituição", pregou o reverendo Emmanuel Delly.
Um outro pastor pregou às portas da igreja do Sagrado Coração pedindo que "o restabelecimento da lei e da ordem seja a primeira necessidade de cada um dos iraquianos". "Jesus ressurgiu da morte dizendo "eu trago a paz a vocês'", falou o reverendo Basic Shamoun.
Os cristãos iraquianos, na maior parte católicos caldeus, representam apenas cerca de 5% da população do país. Embora eles tenham convivido relativamente em paz com os muçulmanos durante séculos, sofreram algumas perseguições esporádicas, e muitos deles emigraram para os EUA e para a Europa.

Papa condena ocupação
Muitos manifestavam tristeza por não terem podido assistir à mensagem do papa João Paulo 2º pela TV, já que Bagdá continua sem energia elétrica e sem abastecimento regular de água.
Durante as celebrações da Semana Santa, o papa João Paulo 2º condenou abertamente a intervenção anglo-americana no Iraque, sendo seguido por sacerdotes de todo o mundo.
Em sua mensagem de Páscoa, a 25ª de seu pontificado, João Paulo 2º pediu pela paz no mundo e disse que os próprios iraquianos devem estar à frente da reconstrução de seu país, auxiliados por toda a comunidade internacional.



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