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DEPOIS DAS BOMBAS
Minoritários, milhares de cristãos comparecem a missas e pedem respeito a seus direitos
Cristãos iraquianos celebram a Páscoa
DA REDAÇÃO
Milhares de cristãos iraquianos lotaram as igrejas de Bagdá
no domingo de Páscoa, apesar
das precárias e ainda arriscadas
condições de vida na cidade. Numa das missas, um sacerdote
chegou a comparar a Paixão e a
Ressurreição de Cristo à situação do país, invadido há um mês
pelas forças anglo-americanas.
"O Iraque viveu sua paixão
com a invasão norte-americana,
mas renascerá assim como Cristo ressuscitou neste dia de Páscoa", disse o padre Boutros Haddad em seu sermão para centenas de fiéis que estavam na igreja
católica caldéia da Virgem Maria, no centro da capital.
Um antigo bispo de Bagdá
aproveitou a ocasião para pedir
ao governo dos Estados Unidos
uma Constituição que trate os
cristãos assim como trata os muçulmanos. "Por favor, senhor
Bush, peço em nome de todos os
bispos iraquianos que nos dê
uma boa Constituição", pregou
o reverendo Emmanuel Delly.
Um outro pastor pregou às
portas da igreja do Sagrado Coração pedindo que "o restabelecimento da lei e da ordem seja a
primeira necessidade de cada
um dos iraquianos". "Jesus ressurgiu da morte dizendo "eu trago a paz a vocês'", falou o reverendo Basic Shamoun.
Os cristãos iraquianos, na
maior parte católicos caldeus,
representam apenas cerca de 5%
da população do país. Embora
eles tenham convivido relativamente em paz com os muçulmanos durante séculos, sofreram
algumas perseguições esporádicas, e muitos deles emigraram
para os EUA e para a Europa.
Papa condena ocupação
Muitos manifestavam tristeza
por não terem podido assistir à
mensagem do papa João Paulo
2º pela TV, já que Bagdá continua sem energia elétrica e sem
abastecimento regular de água.
Durante as celebrações da Semana Santa, o papa João Paulo
2º condenou abertamente a intervenção anglo-americana no
Iraque, sendo seguido por sacerdotes de todo o mundo.
Em sua mensagem de Páscoa,
a 25ª de seu pontificado, João
Paulo 2º pediu pela paz no mundo e disse que os próprios iraquianos devem estar à frente da
reconstrução de seu país, auxiliados por toda a comunidade
internacional.
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