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Presidente diz que "há sinais positivos" de cooperação com os EUA e reduz temperatura de ofensiva verbal
Síria está entendendo a mensagem, diz Bush
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que a Síria
"está entendendo a mensagem"
do governo americano para que
não abrigue integrantes do regime de Saddam Hussein.
"Há alguns sinais positivos",
afirmou ele. "E quando acreditarmos ou soubermos que há alguém lá, nós passaremos o nome
[a eles". Esperamos que o governo
sírio entregue a pessoa."
A declaração diminui a temperatura da ofensiva verbal dos EUA
sobre a Síria, cujo ápice ocorrera
também numa fala de Bush, no
último dia 13, quando ele afirmou
que a Síria "precisava cooperar" e
que poderia telefonar aos líderes
locais para "deixar clara" sua
mensagem.
"Estou confiante de que o governo sírio nos ouviu e acredito
nisso quando eles dizem que querem cooperar conosco", disse o
presidente americano ontem,
uma semana depois do aviso.
A Síria nega que abrigue membros do regime iraquiano, mas se
movimenta para se mostrar aberta a dialogar com Washington.
Dois deputados americanos estiveram ontem em Damasco, falaram com o presidente sírio, Bashar al Assad, e saíram dizendo
que ele quer cooperar com os
EUA. Em breve, o secretário de
Estado americano, Colin Powell,
deverá viajar ao país.
Assad também se encontrou
com o presidente do Egito, Hosni
Mubarak -que tem bom relacionamento com os EUA e pode catalisar a negociação.
A ofensiva americana à Síria
tem preocupado governos do
Oriente Médio. Na sexta, governos vizinhos do Iraque e representantes do Egito e do Bahrein
condenaram as ameaças.
Oficialmente, o governo sírio
estaria proibindo a entrada no
país de cidadãos iraquianos sem
visto. Ontem, um porta-voz do
Congresso Nacional Iraquiano,
grupo que fazia oposição ao antigo regime do país, anunciou a prisão de um genro de Saddam que
teria deixado Damasco para se
entregar em Bagdá.
Além do relacionamento com o
regime de Saddam, há pelo menos outros dois pontos de atritos
entre EUA e Síria: o suposto apoio
do país árabe a grupos terroristas
palestinos e a discutida posse de
armas de destruição em massa
pelo governo de Damasco.
Em uma entrevista publicada
no jornal "Al Khaleej", o subsecretário de Estado dos EUA, Richard Armitage, disse que seu
país pode "ser obrigado a impor
sanções" à Síria caso o país não
corte seus laços terroristas.
Iraque
Bush disse ontem não estar incomodado com as demonstrações antiamericanas nas ruas do
Iraque. "A liberdade é bela. Eles
não podiam expressar suas opiniões antes da nossa chegada.
Agora eles podem", afirmou ele.
O presidente dos EUA voltou a
repetir que a guerra só estará oficialmente terminada quando o
comandante das forças americanas na região, Tommy Franks, assim a considerar.
Bush também falou novamente
ontem sobre a situação da Coréia
do Norte. Os EUA tentam retomar negociações para que o país
abandone suas pretensões nucleares, e as conversas podem
ocorrer nesta semana, em território chinês. "O ponto chave é que a
China está assumindo uma responsabilidade muito importante", afirmou Bush. Segundo ele, a
participação de Pequim torna um
acordo "mais provável".
Bush passou o feriado da Semana Santa em seu rancho no Texas,
cuidando de assuntos particulares e pescando. Ontem, esteve em
Fort Hood, a maior base militar
dos EUA, onde participou de cerimônia da Páscoa ao lado de ex-prisioneiros de guerra americanos no Iraque.
Nesta semana, deve retomar
uma agenda pautada por assuntos domésticos. Membros do governo irão viajar pelo país para falar sobre o programa de corte de
impostos que a Casa Branca quer
implementar, e o próprio Bush
poderá ajudar na tarefa.
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