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EUA dão ao Paquistão US$ 80 mi por mês
Dinheiro é para combater Al Qaeda e Taleban, mas os militares do general Musharraf não são eficientes
DAVID SANGER
DO "NEW YORK TIMES"
O governo americano continua a entregar ao Paquistão
US$ 1 bilhão por ano para custear as operações contra os terroristas islâmicos baseados na
fronteira com o Afeganistão,
apesar de Osama bin Laden
continuar à solta e de o governo
paquistanês ter suspendido, há
oito meses, as operações onde a
Al Qaeda é mais ativa.
O envio do dinheiro ao governo paquistanês não aparece
num tópico explícito do orçamento militar dos EUA. Os pagamentos mensais já somam
US$ 5,6 bilhões.
Dentro do Pentágono há comandantes que propõem condicionar o prosseguimento desse programa ao desempenho do
Exército paquistanês, sobretudo contra bases do Taleban,
que ganharam nos últimos meses um surpreendente poder
ofensivo no Afeganistão.
Mas a administração Bush
não cogita isso, apesar das evidências de que militares paquistaneses fazem vista grossa
à movimentação do Taleban na
zona de fronteira.
A Casa Branca também argumenta que a interrupção do fluxo de dinheiro enfraqueceria o
ditador Pervez Musharraf, cuja
autoridade vem sendo erodida
no plano interno.
Um porta-voz do consultor
de segurança nacional de Bush
não quis explicar o imobilismo
americano, mesmo depois que
Musharraf suspendeu as operações de patrulhamento em
áreas da Al Qaeda.
O Pentágono diz que os EUA
enviam por mês ao governo paquistanês US$ 80 milhões, e
uma entidade que assessora o
Congresso calcula que isso representa 20% das despesas militares daquele país.
Mesmo a retirada das patrulhas paquistaneses é tema controverso. Musharraf assinou
um acordo de paz com lideranças sunitas da região fronteiriça, em troca da entrega de líderes do terrorismo, o que não
chegou a acontecer.
O embaixador paquistanês
em Washington, Mahmud Ali
Durrani, disse, no entanto, que
o acordo está funcionando e
que, por ele, as operações militares do Paquistão naquelas
áreas se intensificaram.
Mas informantes americanos dizem que a cooperação
com o Paquistão foi regular em
2005 e 2006, apesar de o Paquistão ter sido mais solícito
nos últimos meses. Há uma
perplexidade pelo fato de os paquistaneses receberem o mesmo dinheiro se combaterem ou
se ficarem nos quartéis.
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